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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Entrevista com Cleo

Após muitos contatos finalmente consegui agendar uma entrevista com Cleo. Uma entrevista curta porque ele não gosta de notoriedade. Detesta esta coisa de virar celebridade e revelou, nas poucas respostas que me deu, que lhe desgosta ter se tornado uma espécie de atração da rua. Já pensou em isolar-se no fundo da loja mas isto lhe tiraria o prazer que tem em ficar olhando o movimento e, além disto, tem uma espécie de trato de ficar ali. Quase só vê humanos ( quando não vê o enjoado de um vizinho  de uma loja ao lado ) mas isso o distrai. O vizinho do lado ao qual Cleo se refere é um outro gato, até bem parecido, que também fica parado na frente da loja. Tentei me aproximar dele mas, ao contrário de Cleo que é tranquilo, ficou muito irritado.
Mas, como disse, a entrevista foi curta.
Só me revelou, ainda, que gostaria de ter mais folga durante a semana e se queixou que dorme no banco da moto do dono da loja.
Incomoda-o, também , a plaquinha que leva no pescoço.
Sente-se como se fosse um gato-objeto.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Cleo


Caminhando pelo calçadão da Conselheiro Mafra em Florianópolis encontro Cleo. 
Posta-se à entrada da papelaria ali existente recepcionando os clientes elegantemente sentado. 
Permanece imperturbável ao mesmo tempo concedendo um inesperado atrativo ao local e aparentando estar um pouco contrariado com alguma coisa. 


Não seria, por acaso, o crachá, com seu nome, que o deixa assim?
 Talvez se pergunte o que possam pensar os transeuntes. Que é um funcionário? Ou um gato de estimação do dono ou gerente da loja?
Mas não deve ser isto que parece preocupá-lo. Cleo deve estar apenas exibindo um ar de amuado, comum aliás nos gatos, para demonstrar de forma clara sua indiferença pelas coisas do mundo dos homens. Seu pensamento está longe dali.
 Ao me aproximar para entrar na loja Cleo me ignora. Peço-lhe com licença mas parece não me ouvir.
 Como não quero criar caso dou um jeito de ir passando ao seu lado cuidadosamente. 
Sua indiferença , aliás, é tamanha que tenho a estranha sensação de que não existo.
Ou existo apenas num plano inferior muito aquém daquele pelo qual os gatos costumeiramente transitam nas alturas de suas especulações felinas.


segunda-feira, 27 de junho de 2011

Recuerdo de Don Gato



Silvia Cabello é argentina e entre os animais de estimação que teve não esquece Samanta, uma cadela , e Don Gato. 
Entre Samanta e Don Gato estabeleceu-se um relação que transcendeu as barreiras normalmente existentes entre cães e gatos.
Segundo relata Silvia " Don Gato vivió 9 meses en el jardin de casa y ella me llevaba todos los dias a mostrarme a su amigo (con su boca me tomaba de la mano y me conducia), al cual le llevaba de su comida para alimentarlo.
Don Gato era de un color gris horrible!!!, cuando lo dejé entrar a casa y le empezamos a dar cariño, comenzo a lavarse y salieron sus colores reales, como lo ves en la foto. Era muy cariñoso y educado, nunca robo comida, ni subio a las mesas, era un Señor!! Fue un Gran Gato!! "
Falei a respeito com Sueto e ela não me respondeu nada.
Mas anda a pesquisar algumas coisas sobre a Argentina.
Está tentanto entender, por exemplo, como funciona o sistema de pontos que levou o River a ser rebaixado para a segunda divisão.
Mas percebi que ainda não tem um entendimento muito claro... 

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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sueto Heroína das Revoluções Felinas


Nunca consegui saber muito bem quais as convicções políticas da Sueto.
Por um período pareceu-me ser capitalista.
Mais tarde deu-me a impressão de não ter qualquer convicção. Mas, bem no início, me aprazia acreditar que era socialista. Foi quando escrevi:

Sueto Heroína

Encontrei Sueto na estrada
com poucos dias de vida
Tinha um irmão, Mandela, que dei
Às vezes ela canta o texto de Brecht

"Eu sou Sueto
eu vim do gueto
meu irmão é Mandela
eu sou preta
e meu irmão é preto"
Não sei se ela lê Marx
mas quero crer
que é socialista
Suspeito que esteve
na Guerra Civil da Espanha
ao lado dos republicanos
lutado no Vietnã
contra os americanos
desaparecida na Argentina
nos tempos sombrios da ditadura
para reaparecer insurgente
em Bagdá num subúrbio
Sueto heroína
das revoluções felinas


Enquanto ela canta acompanho no piano tocando melodias de Kurt Weil.
Bebemos vinho e logo ela fica embriagada.
E quando vou dormir, sob o efeito do vinho, tenho a impressão de que baixinho ela entoa a Internacional.

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quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Sentido da Vida


Minhas lembranças à Sueto.
Se ela tiver inspirada...pergunte-lhe qual o sentido da vida. Vou confiar nela.
J.


... Vou perguntar mas preciso pegá-la de jeito... não temos conseguido sentar juntos para escrever...
Sueto, aliás, me suscita várias dúvidas... poderia começar pela dúvida se existe, mas existe, sim, costuma ficar o dia inteiro pela casa, não é, assim, um ente de minha imaginação... imaginação talvez seja pensar que ela escreve, que se expressa... é aí que realidade e ficção se dão as mãos... talvez transfira para a Sueto, para que diga com seu jeito felino, algumas coisas que não teriam graça se ditas por mim... talvez....
Quanto ao sentido da vida me arrisco a dizer algumas palavras, palavras que talvez pudessem ser dela.
Por exemplo, o sentido da vida será o mesmo para humanos e felinos?
Temos necessidades que parecem ser comuns, temos mesmo semelhanças tão grandes que nos permitimos supor que os gatos estão se humanizando ou nós nos transformando em felinos.
Mas estas semelhanças tem um limite.
É quando este limite parece ser transposto que nos atinge o desassossego.
Compartilhamos muitas coisas, os espaços da casa, às vezes a comida, em alguns casos até a cama.
Os felinos andam à nossa volta, movimentando-se ou, como é típico deles, permanecem estáticos em lugares que podem ser os mais inesperados, como se fôssem estatuetas ornamentando o ambiente.
Nestes momentos pergunto-me se o sentido da vida não é comum, afinal estamos juntos respirando o mesmo ar e vivendo o mesmo mistério .
Toda a história humana, toda a evolução tecnológica, não permitiram até hoje fornecer ao homem respostas para questões relevantes.
O sentido da vida, por exemplo.
Neste ponto não sei se estamos adiante dos gatos.
Observando a Faluja que me segue por todos os pontos da casa me pergunto até se ela não está mais próximo desta resposta do que eu.
Quanto à Sueto nem falar.
A impressão que me dá, acomodada em sua almofada como uma esfinge, é que já conhece o sentido da vida há muito tempo mas não deixa transparecer nenhum indício e o guarda para si. Por isto, talvez, detentores deste conhecimento, os gatos nos pareçam tão circunspectos e apenas vagamente interessados no que se passa ao redor.

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quarta-feira, 30 de março de 2011

What if cats had thumbs?


Does your cat have amazing dexterity? Maybe your moggy possess the power to [bust] open bread bins, creep into cupboards or find their way into the fridge?
The following video shows a first instance of this phenomenon



And then look at these dramatic consequences>>>> https://www.youtube.com/watch?v=on9vqL4W6Hc

quarta-feira, 16 de março de 2011

"Shop Cats"

Mama Kitty and Weasel live in New Port, Oregon with DoryMan, an human , who wrote the following text.
They love boats, as I do.
But I prefer not to be so close to the water...
Sueto


The boat shop kitties reminded me yesterday that they have never been properly introduced.

They are very loyal and helpful, being sure to sign every paint job with at least one paw print.

The tortoise shell is Mama Kitty and her yellow tabby daughter is Weasel.



M.K. occasionally walks down to the dock to supervise a trip out to the moorings when a check on the boats at anchor is in order.


"He'll be back soon, I'll just nap right here"

sábado, 5 de março de 2011

London, London

Sueto, às vezes, fica melancólica. Pensa em outros países, em viagens através do Atlântico. Pensa especialmente na Inglaterra, onde está o Homer... Nestas ocasiões agarra-se ao mascote londrino e imagina-se nos telhados de Bloomsbury... Do outro lado da sala P.R., distraído, recita:

LET us go then, you and I,
When the evening is spread out against the sky
Like a patient etherised upon a table;
Let us go, through certain half-deserted streets,
The muttering retreats
Of restless nights in one-night cheap hotels
And sawdust restaurants with oyster-shells:
Streets that follow like a tedious argument
Of insidious intent
To lead you to an overwhelming question …
Oh, do not ask, “What is it?”
Let us go and make our visit.


Sueto conhece o autor, mas não lembra o nome...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Larry, 10 Downing Street's new ratcatcher.


David Cameron has welcomed a cat named Larry to Downing Street and, after cross-party talks,rejected renaming him Winston, a figure that had both Conservative and Liberal ancestry.
The cat, aged between three and five, was chosen after a delegation from Downing Street went
to Battersea Cats Home and staff from the home carried out a suitability check on No 10.
The cat's job is to deter the rats reportedly spotted in the building. He will be allowed to roam in No 11 too.
The prime minister's spokesman said the cost of the upkeep would not be met by the taxpayer.
Downing Street said Cameron and his two eldest children were all cat lovers.
Larry, who was a stray before being taken in by the home, was described as "chilled" by the spokesman. He did reveal, however, that Battersea staff said Larry's strong "predatory drive" should mean he will be "up for the job".

Patrick Wintour guardian.co.uk
Photograph: Pool/Reuters

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Breve Visita

Hoje, enquanto remexia em meus papéis e ouvia Bach, notei a sutil aproximação de Sueto. Entrou na sala pela fresta que deixei na porta encostada e deitou-se.
Fiz-lhe um carinho com o pé o que sempre parece agradá-la mas, na verdade, talvez agrade ainda mais a mim. Em retribuição, pelo menos quero acreditar que sim, ela me deu, como costuma fazer, um leve mordida que manteve durante algum tempo.
Minha dúvida, neste momento, passou a ser se sua presença se devia a querer estar comigo, aproveitar o ar fresco da sala onde mantinha o ventilador ligado, ouvir Bach ou talvez até as três coisas.
Ia lhe fazer esta pergunta mas, quando me voltei, ela tinha desaparecido.
O que me fez concluir que das três razões que levantei nenhuma era suficientemente forte.
Nem mesmo Bach que eu sei que ela aprecia.
Tinha chegado a este ponto de minhas reflexões quando, tão silenciosamente quanto da primeira vez, Sueto voltou.
Deitou-se no soalho ( soalho pois a casa é antiga) e ficou quieta.
Ainda sem ter encontrado uma resposta para o meu questionamento preferi, desta vez, pensar que estava ali sem nenhum motivo especial.

domingo, 23 de janeiro de 2011

The Story of Archie and Spotty

Recebi hoje uma carta de Konni em que relata sua convivência com Archie e Spotty. Chamei Sueto para acompanhar a leitura da carta. Estava bem desperta lambendo o pelo. Tem boa lembrança de Konni que, em sua visita, a pegou no colo e, até por isto, ficou muito interessada em conhecer os “gatos” ingleses. Eis a carta:
"The black cat is called "Archie" and the bigger one "Spotty".
Archie always does what he wants and only cuddles if it fits with his mood, while the older bigger cat is always after affection and love (and extra food of course) and he only annoys me when he catches a bird from my garden and brings it to my door, he gets no applause for that as I love the birds too.....Last summer they both injured a very young dove whose mother disappeared for whatever reason, so I drove 1 hour to the nearest wildlife-hospital to have the dove cared for , am I mad? Maybe, but my neighbours 2 small kids (2 and 3 years old) have found the dove and wanted desperately to help, so after trying to put the bird higher up on a shed roof without success as it came down again and having not being able to feed it overnight in my conservatory (away from the cats ) I had to drive to the hospital with this bird and the kids came along and were very happy. Since that event both kids are not so sure anymore how lovely a cat can be, but of course they are and we as adults appreciate the different layers of a cats character. Archie is very clean in my garden and only shits on my compost but not on my flowerbeds-how nice of him!! They are both fascinated by the presence of my parrot and haven't figured out yet that he will not be for eating. My parrot can't see the danger and greets the cats everytime with his "good girl" speech....Now you may say why "girl" as both cats are male, that is because of the german word for cat is "die Katze"-alas female and that sticks with me. Can't get used to the english way of referring to animals like cats as "IT" instead of "he" or "she" like in the german language, they are living creatures and not things!! How is that in portuguese?"
Konni

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Donas da Casa

Ter gatos é uma constante atenção para que não tomem conta da casa.
Sueto e Faluja tem seus lugares próprios para ficarem, duas cadeiras com almofadas, mas permanentemente estão procurando ocupar outros espaços.
Nunca ocupar os lugares que lhes destinam é uma característica de todos os gatos.
Mas também parece ser, igualmente, insistir em ocupar lugares que não lhes estão destinados.
A Sueto e a Faluja, por exemplo, há algum tempo escolheram dois sofás que ficam na sala.
Cada uma um sofá diferente.
Como estão destinados ao uso humano, sempre procuro fazê-las entender e as retiro.
Mas parece não adiantar.
Mal viro as costas e, pronto, elas estão de volta.
Ficam espreitando para ver se me afasto ou se deixo a porta aberta.
Esta tarde, quando saí, foi o que aconteceu.
Ao retornar deparo-me com o quadro bem ilustrado nas fotos onde, embora flagradas no ato, a naturalidade com que encaram a câmera bem demonstra a segurança e o controle que têm da situação.
Como estou cansado até desisto de retirá-las.
Isto parece inevitável. Os gatos quando não nos ganham doutra forma, acabam nos vencendo no cansaço.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Gatinhas

Tenho me surpreendido com o número de admiradores que a Sueto tem conquistado. De todos os lugares, de outras cidades, outros estados e países.
Na foto, posando para o seu blog, a Bruna e a Panqueca.
Mostrei a foto para a Sueto ( tive que despertá-la de seu cochilo) e ela pareceu não dar muita importância para a gata. Acho que já expliquei isto anteriormente, a Sueto é muito egocêntrica para dar importância a outros gatos e embora tenha mudado bastante este comportamento, ele continua muito presente.
Com as pessoas é diferente. Ela gosta de se aproximar, de se sentir uma delas.
Por isto, sem dar atenção à Panqueca, quis saber quem era a Bruna, o que fazia, onde morava.
Expliquei-lhe tudo, que é estudante de Arquitetura e filha de uma amiga minha que mora em Santa Catarina.
Pareceu-me satisfeita mas pode ter sido só na aparência.
Em seu íntimo a Sueto ficou com ciúmes, ciúmes de não ser ela que está sendo segura junto ao rosto com tanto carinho, recebendo tanta atenção.
Tal fraqueza, no entanto, obviamente não vai me confessar .
Por isto. sem aparentar maior interesse, voltou para o seu cochilo.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Ano Novo

Nesta época os humanos ficam agitados.
Correm de um lado para o outro carregando muitos pacotes e falam muito ao telefone.
Perguntei a P.R. do que se tratava e ele me explicou que são as festas de fim de ano.
- Fim de ano? perguntei meio espantada. O ano vai acabar?
- Sim, mas apenas para começar outro.
Sua explicação não me convenceu.
- Mas, neste caso, por que não fazem anos mais longos?
P.R. ficou sem resposta.
É sempre assim, os humanos inventam coisas nas quais encontram a maior lógica do mundo mas só até que alguém as questione. Nestes momentos porque não sabem muito bem o que responder, desconversam. Além disto minha sugestão não seria nada comercial.
Bem, não há de ser esta agitação sem sentido que vai tirar o meu sossego.
Para as cadelas sim, é um inferno.
Uma delas,a Kabul, quando começam a espoucar foguetes, quase enlouquece, creio que por causa da lembrança do Afganistão.
Lembro-me que, doutra vez, também perguntei a P.R. sobre isto.
- Por que estouram tantos foguetes? quis saber.
- É para comemorar.
- Sim, imagino, mas para comemorar o quê?
- Ah, o Ano Novo.
Ano Novo que poderia ser mais longo, assim não haveria tantos anos novos. E evitaria muitos acidentes, muita gente morrendo ou ficando ferida porque tem que chegar depressa em algum lugar ou porque os foguetes empregados para festejar, explodem.
Há também o Natal mas,este, é um pouquinho mais calmo. Não estouram tantos foguetes.
Doutra vez quando quis me informar a respeito, P.R. me disse que é a data do nascimento de Cristo. Como já sei que Cristo também é Deus, então é a data do nascimento de Deus.
Só não entendo como, para comemorar uma data tão importante ( e como é importante, meu Deus!), se reúnam em grupos pequenos para comemorar outras coisas.
Realmente, é nestes momentos que me dou conta de quão pouco entendo a respeito dos humanos.
Ainda bem que P.R. não parece tão envolvido com esta esquizofrenia.
Talvez por isto a gente se entenda tão bem pois se tenho meu lado de humano, ele também tem seu lado de felino.

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domingo, 19 de dezembro de 2010

The Story of Daisy

My cat Daisy is about 8 yrs old. She was given to me by an acquaintance who found her near his home some 3 miles away, about 3 years ago. 6 months later, I had to take her to the vets because one day I came home and found blood everywhere. The vet said I had to change her diet which I thought was a poor excuse! I wasn't happy with their diagnosis and took her to another vet for a second opinion. This vet took a blood sample and said she had a living bacteria which now and again triggers off. Daisy had lost alot of weight and wasn't eating, but gradually with steroids and some force feeding by syringe she got well again. My vet bills amounted to nearly £1000 and I didn't even have pet insurance!

A year later I thought about having a microchip put in, because I was going away and I didn't want other cats coming into the house and eating her food. My friend was popping in everyday to feed her.

To my horror, the vet said she was already microchipped! I couldn't understand why this hadn't been spotted before when she was ill. They said they had to get in touch with owners and may take up to 2 weeks. Luckily within 2 days, the owners were contacted and it was "crunch time" as they said they had to decide whether to take her back.

Daisy previously "Grace" had 2 other brothers and they told me they had them from kittens.

This family who only lived 4 streets away from me. They couldn't understand why I hadn't notified them of Daisy...........I didn't even know she had a chip and she had been lost for a while.

This family apparently moved here in 2006 with the cats and Daisy disappeared within 2 weeks of moving. The family said they delivered "lost" posters of the cat within a radius of 5 miles and knocked on every door. I couldn't believe this as I never knew anything of this. On top of this information, they said they had to go on holiday when they lost "Daisy" and left the in-laws to sort it out. I wonder whether they did a thorough job.

I tell you I was in fear of losing Daisy as she had been good company to me. Afterall that, the family decided to let me keep her as they said it would be too much for their kids. They had a lot of heart ache when she originally went missing and I think they didn't want to fork out the money for the vet bills.

They had already got another kitten plus the other 2 cats, and it wasn't as if they needed anymore disruption.

When I got Daisy's previous veterinary history, I found out that she was from a Cat Rescue centre as she was put there by another owner who was emigrating abroad. She had a dental infection and had to have all her teeth removed except one! So the people didn't have her as a kitten as she was born in 2002!

My mum is looking after Daisy at the moment some 100 miles away in Kent. She has settled in nicely with the other 2 male cats and even put on weight.

I was going to collect her when I go to my mum's for Christmas but I think mum is going to miss her and the other cats.

Well that's all the info I have on Daisy. I will send some carboots photos when I get a chance.

Have a good Christmas.

All the best,
Debbiex

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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Homer, o Papai Noel


Lembram-se do Rommer? Já falei dele, o do chip que vive em Exeter. É uma espécie de primo que tenho na Inglaterra. Os ingleses são meio metidos mas abro uma exceção para o Rommer, afinal sua tutora é a Gabi, que é da família. Na foto está dando uma de Papai Noel mas está mais com cara de presente de Natal do que de Papai Noel. E estou estranhando este olhar atento, cara de quem viu um rato. Agora fiquei na dúvida... será que existem ratos na Inglaterra?

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Debbie, Konni and Me

Por estes dias, graças às visitas de minhas amigas Debbie e Konni, tive oportunidade de praticar meu inglês e meu alemão. Debbie é inglesa e Konni alemã. Na foto estou conversando com Konni , em alemão, é claro. Infelizmente ninguém lembrou-se de tirar uma foto minha com Debbie. Tive alguma dificuldade com seu acento britânico mas nos entendemos perfeitamente. Até porque ela se entende muito bem com os felinos e, inclusive, tem uma gata chamada Daisy. À falta de uma foto nossa vai a que segue abaixo de Debbie com P.R. o qual, para quem ainda não sabe, é quem digita meus textos.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Jurada de Morte

A justiça humana foi complacente com a inglesa Mary Bale, filmada jogando uma gata no lixo e condenada por um tribunal britânico a pagar 250 libras (mais de RS$ 660) de multa.

Bale, que aparece sorrindo cinicamente na foto, foi acusada pela Sociedade Real de Prevenção à Crueldade contra Animais (RSCPA, na sigla em inglês), depois de ter sido flagrada por câmeras de vigilância, em agosto, jogando dentro de uma lata de lixo uma gata que passeava por um muro à sua frente.

Durante o julgamento, Bale, 45 anos, admitiu ser culpada por causar sofrimento desnecessário a um gato. O caso ficou famoso depois que imagens mostrando Bale jogando a gata Lola dentro de uma lata de lixo foram divulgadas pela internet.

Mas se a justiça humana foi leve, o que seria de esperar, a nossa, a justiça felina será implacável. Bale está jurada de morte e onde quer que vá , lá estará um de nós para vingar o seu ato covarde.

Quem viver, e não será a Sra.Bale, verá!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Farsa dos Gatos Falantes



O video reproduzido acima pretende ser o registro de exemplos de gatos que se expressam oralmente. Uma farsa! Gatos não falam, podem, isto sim, como é o meu caso, pensarem.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Homer, meu amigo inglês

Homer é meu amigo inglês.
Falo pouco com ele e só em inglês. Vive na Inglaterra com a sobrinha de uma das moradoras aqui de casa. Antes morava em Londres mas agora mudou-se para Exeter, no condado de Devon onde fica a cidade histórica de Plymouth.
Soube que há algum tempo, ainda em Londres, Homer perdeu-se e foi identificado graças ao chip que leva no corpo.
Fiquei arrepiada!
Imagina eu ter que levar um chip preso em mim.
Por isto vou levando minha vida por aqui. Até gostaria de conhecer os bairros antigos de Londres, lá devem haver muitos ratos, mas teria que ir de avião e eu tenho medo.
Por isto vamos ver se Homer me escreve. Em inglês, é claro.
Eu estou lendo T.S.Eliot, talvez queira me indicar alguma leitura que seja do seu gosto.
Só espero que não seja Shakespeare... já li tudo...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Harry, um cão metido à gente

Uma coisa que me irrita nos cães, mesmo que isto já não me afete tanto, é a mania que têm de se acharem gente. Como os humanos ou como os gatos.
Harry, por exemplo, a quem a dona ( sim, porque cachorros, ao contrário de nós felinos, têm donos) concede muitas regalias, frequenta bares e livrarias de Florianópolis chamando de forma exibicionista a atenção sobre si.
Mas só vai a estes lugares porque sua benfeitora, que o apanhou da rua, é escritora e gosta de frequentar lugares onde se reúnem intelectuais.
É de se ver, no entanto, como Harry engana bem!
Tudo pura encenação muito típico dos caninos que tem, este sim, o dom teatral.
O auge de sua atuação consiste em pegar na boca uma garrafa vazia de plástico e sair pelo calçadão da Felipe Schmidt desfilando seu talento de segunda categoria.
Os transeuntes, humanos é óbvio, se encantam.
Nós, os gatos, olhamos isto tudo à distância, dando graças a Deus que fique assim bem demarcado o que nos distingue desta vulgaridade.
Antes de terminar, pois o assunto não mereceria sequer um comentário, corrijo-me do que disse acima quanto a Harry pensar que é gente.
Isto na realidade nem seria possível pois, obviamente, ao contrário dos gatos, cães não podem , como já discuti doutras vezes, disfrutar do dom do pensamento.

domingo, 11 de julho de 2010

Salvem Rambo


Através de Pobres Gatos de la Calle chega-me da Espanha a notícia do sacrifício próximo de um dobermann chamado Rambo. A notícia é a seguinte:

Rambo es un doberman de 10 años de edad en perfecto estado de salud y con todas las vacunas al día.
Su dueña se cambia de casa y ahí donde va no la dejan tener perros.La dueña pensó que lo mejor para el perro es sacrificarlo. Se ha hablado con ella comentándola que existen otras alternativas y ha accedido a regalarlo pero SÓLO NOS DA DE PLAZO HASTA ESTE SÁBADO 10 DE JULIO,POR LA MAÑANA.
El perro es muy muy cariñoso y le encanta estar con gente.Estyá acostumbrado a estar con niños.
Antes convivía con otro perro y se llevaban muy bien aunque la dueña dice que es algo dominante con los perros desconocidos.
Está castrado y vacunado.
Me da mucha pena que tras 10 años de lealtad hacia su familia termine sacrificado, sin tener la culpa de nada....


Será tarde demais? Estamos dispostos , eu e Sueto, a manifestar como seja possível nossa posição inteiramente contrária a este sacrifício.

domingo, 27 de junho de 2010

Cães Pensam?

Outro dia navegando na internet encontrei no ipernity esta foto, como o subtítulo "von den kleinen dingen des lebens" de autoria de um membro que emprega o pseudônimo Sommerpfuetze.
Não preciso esconder o que penso dos cães, ainda que ultimamente tenha revisto alguns pontos,mas confesso que esta foto deixou-me pensativa.
Será que os cães, a exemplo do que atavicamente acontece com os gatos,começam a dominar seus "donos", os humanos ou, de certa forma, a pensar por eles?
Confesso que a foto me deu esta idéia.
É certo que os cães por não terem o mesmo grau de evolução que os gatos tardariam mais a chegar a este resultado. Mas como a evolução mental dos humanos tem regredido pode ser, muito bem, que isto esteja acontecendo.
De minha parte se por um lado tenho observado seguidos atos falhos do humano que me adotou nada me faz supor que os cães da casa tenham evoluído. Pelo contrário, os acho idiotas como sempre, latindo por qualquer coisa e dispostos a tudo por um pedaço de osso.
Bem, é um pensamento que me ocorreu olhando a foto e decidi fazer o registro. Possivelmente a foto demonstra apenas um tipo de carinho existente entre o dono e o animal, mas isto me deixaria enciumada.
Pode ser até que seja exatamente isto que esteja acontecendo, mas como poderia admitir sem reconhecer que temos alguma semelhança com os cães?
Eu não saberia, confesso, lidar com este sentimento.
Sueto

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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Notícia Triste

Sueto está arrasada. Hoje, pela manhã, na hora do café, como faço algumas vezes, li os jornais para ela. Sempre fica muito atenta, principalmente quando o assunto é política internacional, um de seus prediletos. Adota , no geral, um ar crítico e até um pouco superior, como se as notícias não revelassem algo que parece conhecer. Hoje, no entanto, teve uma reação diferente. Ao ler a notícia que decidi postar abaixo, sobre um cão deixado morrer de inanição, de imediato foi se deprimindo e inclusive, se me garantissem que isto é possível, deixou escorrer lágrimas. Por enquanto, apenas transcrevo a notícia, publicada no jornal Diário Popular, por mais triste e estarrecedora que seja, embora também, ao mesmo tempo, bastante sintomática dos tempos que vivemos.

Pitbull abandonado morre no Navegantes II

Se constatada a morte por inanição, os donos podem ser responsabilizados por negligência
Pelotas, quarta-feira, 19 de maio de 2010

Foto e Texto: Douglas Saraiva


Um cão da raça pitbull morreu, preso à coleira, no pátio de uma residência no bairro Navegantes II. Segundo relato de vizinhos, o animal foi abandonado pelos donos há cerca de um mês e teria morrido de fome. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Pelotas foi comunicado da situação mas, sem apoio, não conseguiu intervir a tempo de salvar o cão. O corpo do animal foi recolhido no início da tarde desta terça-feira (18) e passará por necropsia - se constatada a morte por inanição, os donos podem ser responsabilizados por negligência.Conforme populares que acompanharam o caso, o pitbull estaria morto há dois dias. Até esta manhã, porém, o corpo do animal ainda não havia sido retirado do local. De acordo com a aposentada Sandra Medeiros, o pitbull foi abandonado pelos donos e matava outros cães que entravam no pátio para alimentar-se. Temendo pela vida do animal e pela segurança, em caso de ele se soltar da coleira, os vizinhos entraram em contato com os proprietários e com o Centro de Controle de Zoonoses.
No pátio dos fundos da casa, uma cadela sem raça definida, também pertencente aos residentes, sobrevive graças à atenção de outros moradores da rua. A reportagem tentou por três vezes contato telefônico com os proprietários da residência, sem sucesso.A coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses, Dóris Schuch, confirmou que o centro foi informado da situação, mas não conseguiu chegar até o animal. “Fomos até a casa mas os moradores estavam lá e não permitiram a nossa entrada. Chegamos a levar ração mas tivemos dificuldade de chegar até o cão. Não podemos invadir uma residência, a não ser com um mandato de busca”, disse.Dóris solicitou o apoio da Brigada Militar (BM) e da Patrulha Ambiental (Patram) mas ambas alegaram falta de efetivo e não puderam ajudar. “Com as negativas, encaminhamos a solicitação à promotoria do Ministério Público que é quem poderia autorizar a entrada da Brigada Militar, para nós irmos junto. Infelizmente, desta vez não conseguimos chegar a tempo.” A coordenadora lembrou ainda que denúncias de maus-tratos contra animais podem ser feitas diretamente ao CCZ, pelo telefone: (53) 3284-7731

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Gatos Desaparecidos

Buenos Aires aparentemente não tem apenas poucos cães de rua, também não são vistos gatos como, por exemplo, em Paris ou Amsterdam.
O que não faltam são pombos e estes cães levados em bandos a passear pela coleira.
Soltos, apenas um ou outro, normalmente caminhando ao lado do dono.
Mas onde andarão os gatos?
Vi apenas um, quase escondido por detrás de uma vidraça escura, como se estivesse me vigiando.
Eis aí um mistério que, da próxima vez, vou investigar melhor. Estará em andamento alguma trama secreta da qual os gatos fizessem parte? Há algo muito estranho nisto tudo.
Até por ser uma cidade que mantém muitos prédios antigos, supõe-se ter muitos ratos.
E, por conseguinte, muitos gatos.
Pergunto-me se não teriam desaparecido nos tempos da cruel ditatura militar.Os gatos são muito independentes para serem bem aceitos por regimes autoritários.
Mas neste caso porque não foi promovido nenhum protesto, comuns por aqui,na Plaza de Mayo ou em frente ao Congresso, com recolhimento de assinaturas para a criação do movimento: "Frente Argentina dos Gatos Desaparecidos".
Ao falar desta idéia com a Sueto ela disse que pode redigir o manifesto.
Sabia que tinha conhecimento de inglês e de francês mas sempre demonstrou verdadeiro desprezo pelo espanhol.
Surpreendeu-me mais uma vez...

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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Reencarnação




A Sueto anda retomando às suas leituras.
Vejam o pensamento que encontrou e veio me mostrar :

"Pessoas que odeiam gatos, ressurgirão como ratos na próxima encarnação"

A idéia é horripilante e quando vejo uma ilustração como a acima, que ela descobriu em algum lugar para me mostrar, confesso que tenho pesadelos.

O original é inglês, “People that hate cats, will come back as mice in their next life”, pelo que Sueto comentou de Faith Resnick. Acima é a tradução que fiz a seu pedido.
Seu inglês tem deficiências, é mais proficiente no francês.
Mas não gosta de admitir que tenha pouco conhecimento de inglês, prefere argumentar que lhe interessa pouco, que é um língua muito comercial, etc., etc.
Talvez até para reforçar este ponto dedica-se a estudar francês.
Além disto, quando precisa ler algum texto em inglês, socorre-se de mim.
Faz isto, no entanto, não como um favor que me pede, mas como uma espécie de dever que tenho.



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segunda-feira, 1 de março de 2010

A Morte da Borboleta

Confesso que até hoje não sabia do que se alimentavam as borboletas. Não sabia nem se alimentavam-se. Até hoje porque, esta tarde, percebi uma agitação no terraço e subi para verificar.
A cena que presenciei deixou-me estarrecido.
A Faluja acabara de caçar uma borboleta que estava no chão à sua frente, com uma das asas esfacelada.
Como estava viva peguei o pobre inseto e o trouxe para baixo.
Verifiquei então que ainda podia voar, mas vôos curtos, sem condições de ganhar altura e ir embora.
Sem saber bem o que fazer cheguei a pensar em sacrificar a infeliz borboleta.
Decidi, no entanto, tentar salvá-la ou, pelo menos, deixá-la morrer com dignidade.
Ou talvez pudesse, quem sabe, prolongar sua vida?
Saí, com este pensamento, à procura de informação sobre as borboletas e descobri que têm semelhanças com o beija-flor pois, assim como eles, alimentam-se de néctar e do suco das frutas.
Peguei, assim, um pedaço de fruta e deixei diante dela.
Não era muito o que eu podia fazer mas, pelo menos, me aliviava um pouco esta tentativa de reparar o mal que já estava causado.
E, desta vez, não pela Sueto mas por sua vizinha, Faluja, do andar de cima.
Começo a ter que admitir que meus adoráveis felinos, quando despertam de seu sono letárgico, podem se tornar terríveis predadores.
Quanto à borboleta sobreviveu uns dois dias, depois morreu.

P.S. Recebo de Clara Castelar esta foto com este comentário: Eis uma das mariposas que nos visitam. Nabokov costumava atraí-las com uma mistura de mel e água,  passada nos troncos das arvores.


domingo, 31 de janeiro de 2010

Pura Maldade

Esta noite fiquei até bem tarde escrevendo ao computador e, quando saí, Sueto saiu na minha frente, como costuma fazer, como que querendo me indicar o caminho e eu pudesse não saber me orientar dentro de minha própria casa até porque, embora grande, todas as peças se interligam através de um longo corredor!
Ela, porém, sempre gosta de fazer isto.
Na verdade, estou convencido, como supõe que vou chegar na cozinha ( a probabilidade é bem grande) antecipa-se para conferir se não vou lhe dar nada para comer.
E, de fato, não deixa de ter razão pois me encaminho para lá. e acabo obsequiando-a com um punhado de ração.
É , então, que me deparo com a cena triste de uma lagartixa estendida no chão, morta e já sendo devorada por formigas ( de onde saíram, como percebem tão prontamente um acontecimento aparentemente tão insignificante?)
Concluo rapidamente que o pobre bichinho foi sacrificado pelo "anjinho" que se roça nas minhas pernas emitindo um miadinho inocente.
Como podem os gatos serem tão espontaneamente assassinos, por prazer ou curiosidade e, quase no mesmo momento, tão meigos e ingênuos?
Enquanto a Sueto segue beliscando sua ração que poderia servir para aplacar seu instinto pedrador, mergulho numa reflexão.
Mas não chego a concluir nada.
E talvez porque vou dormir com esta inquietação, acabo acordando no meio de algo que poderia ser um pesadelo pois lembro que, em algum momento, me transformara numa lagartixa.
Aproveito, já de pé, para ir a cozinha e beber um copo d'água. Noto, então, que Sueto não está deitada em sua almofada como de costume.
Chamo-a e nada...
Como estou com sono deixo-a de lado e volto a dormir.
Apenas no outro dia, tomando meu café da manhã, tenho minha atenção solicitada pela empregada que, varrendo a casa, encontra alguma coisa que vem me mostrar.
Pois confesso que é com um pressentimento pouco confortável que a vejo trazer, na pá de lixo que empunha, uma outra lagartixa atacada da mesma forma que a primeira. Até mais dilacerada como que vítima de um ataque de maior ferocidade.
Num movimento meio instintivo olho ao redor para encontrar Sueto que, de volta à sua almofada, espicha-se adormecida...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Conquistando nosso lugar na casa


Graças à Francy que pedala , se dedica à decoração e , o mais importante, tem um gato chamado Sushi , encontrei em seu blog exemplos de uma tendência mais recente de se criar para felinos, que vivem em ambientes pequenos e confinados, diversos tipos de estruturas aéreas do tipo passarelas e estantes. Confesso que tendo à minha disposição uma casa bem ampla e, além disto, um terraço e um extenso telhado antigo, não posso ver nestas estruturas senão uma tentativa de criar sucedâneos para o nosso instinto natural e ancestral de procurarmos lugares altos. Alguns, no entanto, são bem interessantes e podem se adequar bem a certas situações. Na estrutura acima, por exemplo, fica bem marcada a relação de superioridade entre os dois felinos. Eu poderia, no caso, me acomodar na gôndola de cima enquanto a de baixo concederia que Gaza ou Faluja ocupassem. Já na situação abaixo
a prateleira suspensa me permitiria ditar ao meu "ghost-writer" meus textos enquanto me deixo ficar recostada. Bem cômodo e nem um pouco excessivo para os meus valiosos dotes de escritora. Para os felinos que quiserem conhecer outras "invenções" deste tipo, até para que os humanos as aperfeiçoem , podem iniciar visitando o blog da Francy.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sinal de Fogo

Definitivamente nós, os felinos, nunca chegaremos a entender plenamente os humanos. Acompanho pelo meu "ghost-writer" algumas discussões que mantêm entre eles até porque gosta de saber minha opinião.
Mas há questões que fica difícil para uma gata ter opinião. A questão do cigarro, por exemplo.
Meu "dono" ( apenas para empregar esta denominação falsa que é usual) não fuma, aliás ninguém fuma nesta casa, nem chega por perto. Apenas um empregado antigo da casa e fumantes eventuais, quase sempre pessoas que vêm por algum tempo executar algum serviço. A única impressão com que fiquei é a de uma coisa meio exótica presa aos lábios da qual ao mesmo tempo inalam e expelem fumaça. E a semelhança que consigo encontrar é com o fogão a lenha que acendemos no inverno. Será que fumam para se aquecer? Creio que não pois, se fôsse assim, porque fumariam também no verão? Aliás, fumam o tempo todo, fumam quando estão parados ou caminhando, fumam quando estão comendo, conversando, no quarto, na sala, no banheiro, para onde vão arrastram consigo um pacote repleto de cigarros e alguma coisa com que possam acender fogo. De alguns se tem se impressão que fumam desde criança e o terrível, segundo meu "ghost-writer", é que em vários casos este é exatamente o caso. Ou então fumam, caso da maioria, desde a adolescência. Ou seja, dificilmente alguém passa a fumar na idade adulta o que permite concluir do grau de imaturidade do vício e da dependência prematura que cria .
Se por alguns momentos se vêem impedidos de fumar, ficam contrariados, irritados, parece que alguma coisa essencial à vida lhes foi vedada.
A maioria também quase sempre fumou onde bem entendesse, nas salas de aula, nos elevadores, nos coletivos, nos cinemas, nos teatros, para não citar alguns ambientes onde seria impensável a prática de um hábito tão anti-social. Apenas uns poucos ( mais educados?) pediam licença quando desejavam fumar em um local na presença de outras pessoas. Este pedido quase sempre , no entanto, era uma mera formalidade pois , nem bem o formulavam, já estavam com o cigarro aceso na boca.
Agora com a tendência mundial de estabelecer regras para o emprego do fumo, os fumantes parecem ter se acordado que a sua prática não é tão bem vista nem tão charmosa quanto sempre imaginaram. Pelo contrário passa a prevalecer, por mais que procurem ressaltar seu charme e seu encanto, a idéia de que é uma prática irracional, abusiva em muitos casos e contrária ao direito de se ter uma sociedade menos poluída , física e espiritualmente, começando pelos próprios indivíduos em seus hábitos.
É claro que não se pode, neste momento, esquecer aspectos das liberdades individuais . O que não seria o caso, é bom ressaltar, do que aparentemente reivindica o presidente Lula ao afirmar , em declaração à imprensa ( que não quis que fôsse fotografada) que em seu gabinete nada vai impedí-lo de fumar.
O gabinete presidencial, caso Lula não tenha se dado conta, não é um espaço privado como seria a sua casa, mas um ambiente funcional, de trabalho. Sutileza que parece não ter percebido.
Seria mais a situação de preservar, por mais que às vezes possam parecer esdrúxulas, o direito do cidadão optar por práticas que lhe dão satisfação. A definição, no entanto, de quais são estas práticas e que em extensão podem ser permitidas, especialmente quando geram implicações de repercussão social e de saúde pública, é uma questão que pode provocar polêmica. Exatamente a polêmica que, ao que parece, está estabelecida neste momento, por força principalmente de quão enraízado tornou-se o vício de fumar.
E que eu, como simples felina que sou, não sei se chegarei a entender inteiramente.
Fumaça para mim é sinal de fogo. Meus antepassados, os gatos primitivos, ao sentirem sua presença, davam-se conta imediatamente de que poderiam estar em perigo por se tratar de um incêndio na floresta. Incêndios, aliás, um número sem conta de vezes provocado por "inocentes" cigarros acesos jogados no campo.
Fumaça na natureza é, assim, quase sempre sinônimo de advertência.
Mas como os humanos tem a ilusão de terem deixado para trás suas origens, tornaram-na quando produzida por um cigarro aceso , uma espécie de símbolo de glamour e inspiração superiores e sublimes.
Prefiro assim, sem ter como adentrar nesta lógica hedonista, me voltar para minhas reflexões felinas.