A cena que presenciei deixou-me estarrecido.
A Faluja acabara de caçar uma borboleta que estava no chão à sua frente, com uma das asas esfacelada.
Como estava viva peguei o pobre inseto e o trouxe para baixo.
Verifiquei então que ainda podia voar, mas vôos curtos, sem condições de ganhar altura e ir embora.
Sem saber bem o que fazer cheguei a pensar em sacrificar a infeliz borboleta.
Decidi, no entanto, tentar salvá-la ou, pelo menos, deixá-la morrer com dignidade.
Ou talvez pudesse, quem sabe, prolongar sua vida?
Saí, com este pensamento, à procura de informação sobre as borboletas e descobri que têm semelhanças com o beija-flor pois, assim como eles, alimentam-se de néctar e do suco das frutas.
Peguei, assim, um pedaço de fruta e deixei diante dela.
Não era muito o que eu podia fazer mas, pelo menos, me aliviava um pouco esta tentativa de reparar o mal que já estava causado.
E, desta vez, não pela Sueto mas por sua vizinha, Faluja, do andar de cima.
Começo a ter que admitir que meus adoráveis felinos, quando despertam de seu sono letárgico, podem se tornar terríveis predadores.
Quanto à borboleta sobreviveu uns dois dias, depois morreu.