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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Homer, o Papai Noel


Lembram-se do Rommer? Já falei dele, o do chip que vive em Exeter. É uma espécie de primo que tenho na Inglaterra. Os ingleses são meio metidos mas abro uma exceção para o Rommer, afinal sua tutora é a Gabi, que é da família. Na foto está dando uma de Papai Noel mas está mais com cara de presente de Natal do que de Papai Noel. E estou estranhando este olhar atento, cara de quem viu um rato. Agora fiquei na dúvida... será que existem ratos na Inglaterra?

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Debbie, Konni and Me

Por estes dias, graças às visitas de minhas amigas Debbie e Konni, tive oportunidade de praticar meu inglês e meu alemão. Debbie é inglesa e Konni alemã. Na foto estou conversando com Konni , em alemão, é claro. Infelizmente ninguém lembrou-se de tirar uma foto minha com Debbie. Tive alguma dificuldade com seu acento britânico mas nos entendemos perfeitamente. Até porque ela se entende muito bem com os felinos e, inclusive, tem uma gata chamada Daisy. À falta de uma foto nossa vai a que segue abaixo de Debbie com P.R. o qual, para quem ainda não sabe, é quem digita meus textos.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Jurada de Morte

A justiça humana foi complacente com a inglesa Mary Bale, filmada jogando uma gata no lixo e condenada por um tribunal britânico a pagar 250 libras (mais de RS$ 660) de multa.

Bale, que aparece sorrindo cinicamente na foto, foi acusada pela Sociedade Real de Prevenção à Crueldade contra Animais (RSCPA, na sigla em inglês), depois de ter sido flagrada por câmeras de vigilância, em agosto, jogando dentro de uma lata de lixo uma gata que passeava por um muro à sua frente.

Durante o julgamento, Bale, 45 anos, admitiu ser culpada por causar sofrimento desnecessário a um gato. O caso ficou famoso depois que imagens mostrando Bale jogando a gata Lola dentro de uma lata de lixo foram divulgadas pela internet.

Mas se a justiça humana foi leve, o que seria de esperar, a nossa, a justiça felina será implacável. Bale está jurada de morte e onde quer que vá , lá estará um de nós para vingar o seu ato covarde.

Quem viver, e não será a Sra.Bale, verá!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Farsa dos Gatos Falantes



O video reproduzido acima pretende ser o registro de exemplos de gatos que se expressam oralmente. Uma farsa! Gatos não falam, podem, isto sim, como é o meu caso, pensarem.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Homer, meu amigo inglês

Homer é meu amigo inglês.
Falo pouco com ele e só em inglês. Vive na Inglaterra com a sobrinha de uma das moradoras aqui de casa. Antes morava em Londres mas agora mudou-se para Exeter, no condado de Devon onde fica a cidade histórica de Plymouth.
Soube que há algum tempo, ainda em Londres, Homer perdeu-se e foi identificado graças ao chip que leva no corpo.
Fiquei arrepiada!
Imagina eu ter que levar um chip preso em mim.
Por isto vou levando minha vida por aqui. Até gostaria de conhecer os bairros antigos de Londres, lá devem haver muitos ratos, mas teria que ir de avião e eu tenho medo.
Por isto vamos ver se Homer me escreve. Em inglês, é claro.
Eu estou lendo T.S.Eliot, talvez queira me indicar alguma leitura que seja do seu gosto.
Só espero que não seja Shakespeare... já li tudo...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Harry, um cão metido à gente

Uma coisa que me irrita nos cães, mesmo que isto já não me afete tanto, é a mania que têm de se acharem gente. Como os humanos ou como os gatos.
Harry, por exemplo, a quem a dona ( sim, porque cachorros, ao contrário de nós felinos, têm donos) concede muitas regalias, frequenta bares e livrarias de Florianópolis chamando de forma exibicionista a atenção sobre si.
Mas só vai a estes lugares porque sua benfeitora, que o apanhou da rua, é escritora e gosta de frequentar lugares onde se reúnem intelectuais.
É de se ver, no entanto, como Harry engana bem!
Tudo pura encenação muito típico dos caninos que tem, este sim, o dom teatral.
O auge de sua atuação consiste em pegar na boca uma garrafa vazia de plástico e sair pelo calçadão da Felipe Schmidt desfilando seu talento de segunda categoria.
Os transeuntes, humanos é óbvio, se encantam.
Nós, os gatos, olhamos isto tudo à distância, dando graças a Deus que fique assim bem demarcado o que nos distingue desta vulgaridade.
Antes de terminar, pois o assunto não mereceria sequer um comentário, corrijo-me do que disse acima quanto a Harry pensar que é gente.
Isto na realidade nem seria possível pois, obviamente, ao contrário dos gatos, cães não podem , como já discuti doutras vezes, disfrutar do dom do pensamento.

domingo, 11 de julho de 2010

Salvem Rambo


Através de Pobres Gatos de la Calle chega-me da Espanha a notícia do sacrifício próximo de um dobermann chamado Rambo. A notícia é a seguinte:

Rambo es un doberman de 10 años de edad en perfecto estado de salud y con todas las vacunas al día.
Su dueña se cambia de casa y ahí donde va no la dejan tener perros.La dueña pensó que lo mejor para el perro es sacrificarlo. Se ha hablado con ella comentándola que existen otras alternativas y ha accedido a regalarlo pero SÓLO NOS DA DE PLAZO HASTA ESTE SÁBADO 10 DE JULIO,POR LA MAÑANA.
El perro es muy muy cariñoso y le encanta estar con gente.Estyá acostumbrado a estar con niños.
Antes convivía con otro perro y se llevaban muy bien aunque la dueña dice que es algo dominante con los perros desconocidos.
Está castrado y vacunado.
Me da mucha pena que tras 10 años de lealtad hacia su familia termine sacrificado, sin tener la culpa de nada....


Será tarde demais? Estamos dispostos , eu e Sueto, a manifestar como seja possível nossa posição inteiramente contrária a este sacrifício.

domingo, 27 de junho de 2010

Cães Pensam?

Outro dia navegando na internet encontrei no ipernity esta foto, como o subtítulo "von den kleinen dingen des lebens" de autoria de um membro que emprega o pseudônimo Sommerpfuetze.
Não preciso esconder o que penso dos cães, ainda que ultimamente tenha revisto alguns pontos,mas confesso que esta foto deixou-me pensativa.
Será que os cães, a exemplo do que atavicamente acontece com os gatos,começam a dominar seus "donos", os humanos ou, de certa forma, a pensar por eles?
Confesso que a foto me deu esta idéia.
É certo que os cães por não terem o mesmo grau de evolução que os gatos tardariam mais a chegar a este resultado. Mas como a evolução mental dos humanos tem regredido pode ser, muito bem, que isto esteja acontecendo.
De minha parte se por um lado tenho observado seguidos atos falhos do humano que me adotou nada me faz supor que os cães da casa tenham evoluído. Pelo contrário, os acho idiotas como sempre, latindo por qualquer coisa e dispostos a tudo por um pedaço de osso.
Bem, é um pensamento que me ocorreu olhando a foto e decidi fazer o registro. Possivelmente a foto demonstra apenas um tipo de carinho existente entre o dono e o animal, mas isto me deixaria enciumada.
Pode ser até que seja exatamente isto que esteja acontecendo, mas como poderia admitir sem reconhecer que temos alguma semelhança com os cães?
Eu não saberia, confesso, lidar com este sentimento.
Sueto

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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Notícia Triste

Sueto está arrasada. Hoje, pela manhã, na hora do café, como faço algumas vezes, li os jornais para ela. Sempre fica muito atenta, principalmente quando o assunto é política internacional, um de seus prediletos. Adota , no geral, um ar crítico e até um pouco superior, como se as notícias não revelassem algo que parece conhecer. Hoje, no entanto, teve uma reação diferente. Ao ler a notícia que decidi postar abaixo, sobre um cão deixado morrer de inanição, de imediato foi se deprimindo e inclusive, se me garantissem que isto é possível, deixou escorrer lágrimas. Por enquanto, apenas transcrevo a notícia, publicada no jornal Diário Popular, por mais triste e estarrecedora que seja, embora também, ao mesmo tempo, bastante sintomática dos tempos que vivemos.

Pitbull abandonado morre no Navegantes II

Se constatada a morte por inanição, os donos podem ser responsabilizados por negligência
Pelotas, quarta-feira, 19 de maio de 2010

Foto e Texto: Douglas Saraiva


Um cão da raça pitbull morreu, preso à coleira, no pátio de uma residência no bairro Navegantes II. Segundo relato de vizinhos, o animal foi abandonado pelos donos há cerca de um mês e teria morrido de fome. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Pelotas foi comunicado da situação mas, sem apoio, não conseguiu intervir a tempo de salvar o cão. O corpo do animal foi recolhido no início da tarde desta terça-feira (18) e passará por necropsia - se constatada a morte por inanição, os donos podem ser responsabilizados por negligência.Conforme populares que acompanharam o caso, o pitbull estaria morto há dois dias. Até esta manhã, porém, o corpo do animal ainda não havia sido retirado do local. De acordo com a aposentada Sandra Medeiros, o pitbull foi abandonado pelos donos e matava outros cães que entravam no pátio para alimentar-se. Temendo pela vida do animal e pela segurança, em caso de ele se soltar da coleira, os vizinhos entraram em contato com os proprietários e com o Centro de Controle de Zoonoses.
No pátio dos fundos da casa, uma cadela sem raça definida, também pertencente aos residentes, sobrevive graças à atenção de outros moradores da rua. A reportagem tentou por três vezes contato telefônico com os proprietários da residência, sem sucesso.A coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses, Dóris Schuch, confirmou que o centro foi informado da situação, mas não conseguiu chegar até o animal. “Fomos até a casa mas os moradores estavam lá e não permitiram a nossa entrada. Chegamos a levar ração mas tivemos dificuldade de chegar até o cão. Não podemos invadir uma residência, a não ser com um mandato de busca”, disse.Dóris solicitou o apoio da Brigada Militar (BM) e da Patrulha Ambiental (Patram) mas ambas alegaram falta de efetivo e não puderam ajudar. “Com as negativas, encaminhamos a solicitação à promotoria do Ministério Público que é quem poderia autorizar a entrada da Brigada Militar, para nós irmos junto. Infelizmente, desta vez não conseguimos chegar a tempo.” A coordenadora lembrou ainda que denúncias de maus-tratos contra animais podem ser feitas diretamente ao CCZ, pelo telefone: (53) 3284-7731

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Gatos Desaparecidos

Buenos Aires aparentemente não tem apenas poucos cães de rua, também não são vistos gatos como, por exemplo, em Paris ou Amsterdam.
O que não faltam são pombos e estes cães levados em bandos a passear pela coleira.
Soltos, apenas um ou outro, normalmente caminhando ao lado do dono.
Mas onde andarão os gatos?
Vi apenas um, quase escondido por detrás de uma vidraça escura, como se estivesse me vigiando.
Eis aí um mistério que, da próxima vez, vou investigar melhor. Estará em andamento alguma trama secreta da qual os gatos fizessem parte? Há algo muito estranho nisto tudo.
Até por ser uma cidade que mantém muitos prédios antigos, supõe-se ter muitos ratos.
E, por conseguinte, muitos gatos.
Pergunto-me se não teriam desaparecido nos tempos da cruel ditatura militar.Os gatos são muito independentes para serem bem aceitos por regimes autoritários.
Mas neste caso porque não foi promovido nenhum protesto, comuns por aqui,na Plaza de Mayo ou em frente ao Congresso, com recolhimento de assinaturas para a criação do movimento: "Frente Argentina dos Gatos Desaparecidos".
Ao falar desta idéia com a Sueto ela disse que pode redigir o manifesto.
Sabia que tinha conhecimento de inglês e de francês mas sempre demonstrou verdadeiro desprezo pelo espanhol.
Surpreendeu-me mais uma vez...

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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Reencarnação




A Sueto anda retomando às suas leituras.
Vejam o pensamento que encontrou e veio me mostrar :

"Pessoas que odeiam gatos, ressurgirão como ratos na próxima encarnação"

A idéia é horripilante e quando vejo uma ilustração como a acima, que ela descobriu em algum lugar para me mostrar, confesso que tenho pesadelos.

O original é inglês, “People that hate cats, will come back as mice in their next life”, pelo que Sueto comentou de Faith Resnick. Acima é a tradução que fiz a seu pedido.
Seu inglês tem deficiências, é mais proficiente no francês.
Mas não gosta de admitir que tenha pouco conhecimento de inglês, prefere argumentar que lhe interessa pouco, que é um língua muito comercial, etc., etc.
Talvez até para reforçar este ponto dedica-se a estudar francês.
Além disto, quando precisa ler algum texto em inglês, socorre-se de mim.
Faz isto, no entanto, não como um favor que me pede, mas como uma espécie de dever que tenho.



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segunda-feira, 1 de março de 2010

A Morte da Borboleta

Confesso que até hoje não sabia do que se alimentavam as borboletas. Não sabia nem se alimentavam-se. Até hoje porque, esta tarde, percebi uma agitação no terraço e subi para verificar.
A cena que presenciei deixou-me estarrecido.
A Faluja acabara de caçar uma borboleta que estava no chão à sua frente, com uma das asas esfacelada.
Como estava viva peguei o pobre inseto e o trouxe para baixo.
Verifiquei então que ainda podia voar, mas vôos curtos, sem condições de ganhar altura e ir embora.
Sem saber bem o que fazer cheguei a pensar em sacrificar a infeliz borboleta.
Decidi, no entanto, tentar salvá-la ou, pelo menos, deixá-la morrer com dignidade.
Ou talvez pudesse, quem sabe, prolongar sua vida?
Saí, com este pensamento, à procura de informação sobre as borboletas e descobri que têm semelhanças com o beija-flor pois, assim como eles, alimentam-se de néctar e do suco das frutas.
Peguei, assim, um pedaço de fruta e deixei diante dela.
Não era muito o que eu podia fazer mas, pelo menos, me aliviava um pouco esta tentativa de reparar o mal que já estava causado.
E, desta vez, não pela Sueto mas por sua vizinha, Faluja, do andar de cima.
Começo a ter que admitir que meus adoráveis felinos, quando despertam de seu sono letárgico, podem se tornar terríveis predadores.
Quanto à borboleta sobreviveu uns dois dias, depois morreu.

P.S. Recebo de Clara Castelar esta foto com este comentário: Eis uma das mariposas que nos visitam. Nabokov costumava atraí-las com uma mistura de mel e água,  passada nos troncos das arvores.


domingo, 31 de janeiro de 2010

Pura Maldade

Esta noite fiquei até bem tarde escrevendo ao computador e, quando saí, Sueto saiu na minha frente, como costuma fazer, como que querendo me indicar o caminho e eu pudesse não saber me orientar dentro de minha própria casa até porque, embora grande, todas as peças se interligam através de um longo corredor!
Ela, porém, sempre gosta de fazer isto.
Na verdade, estou convencido, como supõe que vou chegar na cozinha ( a probabilidade é bem grande) antecipa-se para conferir se não vou lhe dar nada para comer.
E, de fato, não deixa de ter razão pois me encaminho para lá. e acabo obsequiando-a com um punhado de ração.
É , então, que me deparo com a cena triste de uma lagartixa estendida no chão, morta e já sendo devorada por formigas ( de onde saíram, como percebem tão prontamente um acontecimento aparentemente tão insignificante?)
Concluo rapidamente que o pobre bichinho foi sacrificado pelo "anjinho" que se roça nas minhas pernas emitindo um miadinho inocente.
Como podem os gatos serem tão espontaneamente assassinos, por prazer ou curiosidade e, quase no mesmo momento, tão meigos e ingênuos?
Enquanto a Sueto segue beliscando sua ração que poderia servir para aplacar seu instinto pedrador, mergulho numa reflexão.
Mas não chego a concluir nada.
E talvez porque vou dormir com esta inquietação, acabo acordando no meio de algo que poderia ser um pesadelo pois lembro que, em algum momento, me transformara numa lagartixa.
Aproveito, já de pé, para ir a cozinha e beber um copo d'água. Noto, então, que Sueto não está deitada em sua almofada como de costume.
Chamo-a e nada...
Como estou com sono deixo-a de lado e volto a dormir.
Apenas no outro dia, tomando meu café da manhã, tenho minha atenção solicitada pela empregada que, varrendo a casa, encontra alguma coisa que vem me mostrar.
Pois confesso que é com um pressentimento pouco confortável que a vejo trazer, na pá de lixo que empunha, uma outra lagartixa atacada da mesma forma que a primeira. Até mais dilacerada como que vítima de um ataque de maior ferocidade.
Num movimento meio instintivo olho ao redor para encontrar Sueto que, de volta à sua almofada, espicha-se adormecida...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Conquistando nosso lugar na casa


Graças à Francy que pedala , se dedica à decoração e , o mais importante, tem um gato chamado Sushi , encontrei em seu blog exemplos de uma tendência mais recente de se criar para felinos, que vivem em ambientes pequenos e confinados, diversos tipos de estruturas aéreas do tipo passarelas e estantes. Confesso que tendo à minha disposição uma casa bem ampla e, além disto, um terraço e um extenso telhado antigo, não posso ver nestas estruturas senão uma tentativa de criar sucedâneos para o nosso instinto natural e ancestral de procurarmos lugares altos. Alguns, no entanto, são bem interessantes e podem se adequar bem a certas situações. Na estrutura acima, por exemplo, fica bem marcada a relação de superioridade entre os dois felinos. Eu poderia, no caso, me acomodar na gôndola de cima enquanto a de baixo concederia que Gaza ou Faluja ocupassem. Já na situação abaixo
a prateleira suspensa me permitiria ditar ao meu "ghost-writer" meus textos enquanto me deixo ficar recostada. Bem cômodo e nem um pouco excessivo para os meus valiosos dotes de escritora. Para os felinos que quiserem conhecer outras "invenções" deste tipo, até para que os humanos as aperfeiçoem , podem iniciar visitando o blog da Francy.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sinal de Fogo

Definitivamente nós, os felinos, nunca chegaremos a entender plenamente os humanos. Acompanho pelo meu "ghost-writer" algumas discussões que mantêm entre eles até porque gosta de saber minha opinião.
Mas há questões que fica difícil para uma gata ter opinião. A questão do cigarro, por exemplo.
Meu "dono" ( apenas para empregar esta denominação falsa que é usual) não fuma, aliás ninguém fuma nesta casa, nem chega por perto. Apenas um empregado antigo da casa e fumantes eventuais, quase sempre pessoas que vêm por algum tempo executar algum serviço. A única impressão com que fiquei é a de uma coisa meio exótica presa aos lábios da qual ao mesmo tempo inalam e expelem fumaça. E a semelhança que consigo encontrar é com o fogão a lenha que acendemos no inverno. Será que fumam para se aquecer? Creio que não pois, se fôsse assim, porque fumariam também no verão? Aliás, fumam o tempo todo, fumam quando estão parados ou caminhando, fumam quando estão comendo, conversando, no quarto, na sala, no banheiro, para onde vão arrastram consigo um pacote repleto de cigarros e alguma coisa com que possam acender fogo. De alguns se tem se impressão que fumam desde criança e o terrível, segundo meu "ghost-writer", é que em vários casos este é exatamente o caso. Ou então fumam, caso da maioria, desde a adolescência. Ou seja, dificilmente alguém passa a fumar na idade adulta o que permite concluir do grau de imaturidade do vício e da dependência prematura que cria .
Se por alguns momentos se vêem impedidos de fumar, ficam contrariados, irritados, parece que alguma coisa essencial à vida lhes foi vedada.
A maioria também quase sempre fumou onde bem entendesse, nas salas de aula, nos elevadores, nos coletivos, nos cinemas, nos teatros, para não citar alguns ambientes onde seria impensável a prática de um hábito tão anti-social. Apenas uns poucos ( mais educados?) pediam licença quando desejavam fumar em um local na presença de outras pessoas. Este pedido quase sempre , no entanto, era uma mera formalidade pois , nem bem o formulavam, já estavam com o cigarro aceso na boca.
Agora com a tendência mundial de estabelecer regras para o emprego do fumo, os fumantes parecem ter se acordado que a sua prática não é tão bem vista nem tão charmosa quanto sempre imaginaram. Pelo contrário passa a prevalecer, por mais que procurem ressaltar seu charme e seu encanto, a idéia de que é uma prática irracional, abusiva em muitos casos e contrária ao direito de se ter uma sociedade menos poluída , física e espiritualmente, começando pelos próprios indivíduos em seus hábitos.
É claro que não se pode, neste momento, esquecer aspectos das liberdades individuais . O que não seria o caso, é bom ressaltar, do que aparentemente reivindica o presidente Lula ao afirmar , em declaração à imprensa ( que não quis que fôsse fotografada) que em seu gabinete nada vai impedí-lo de fumar.
O gabinete presidencial, caso Lula não tenha se dado conta, não é um espaço privado como seria a sua casa, mas um ambiente funcional, de trabalho. Sutileza que parece não ter percebido.
Seria mais a situação de preservar, por mais que às vezes possam parecer esdrúxulas, o direito do cidadão optar por práticas que lhe dão satisfação. A definição, no entanto, de quais são estas práticas e que em extensão podem ser permitidas, especialmente quando geram implicações de repercussão social e de saúde pública, é uma questão que pode provocar polêmica. Exatamente a polêmica que, ao que parece, está estabelecida neste momento, por força principalmente de quão enraízado tornou-se o vício de fumar.
E que eu, como simples felina que sou, não sei se chegarei a entender inteiramente.
Fumaça para mim é sinal de fogo. Meus antepassados, os gatos primitivos, ao sentirem sua presença, davam-se conta imediatamente de que poderiam estar em perigo por se tratar de um incêndio na floresta. Incêndios, aliás, um número sem conta de vezes provocado por "inocentes" cigarros acesos jogados no campo.
Fumaça na natureza é, assim, quase sempre sinônimo de advertência.
Mas como os humanos tem a ilusão de terem deixado para trás suas origens, tornaram-na quando produzida por um cigarro aceso , uma espécie de símbolo de glamour e inspiração superiores e sublimes.
Prefiro assim, sem ter como adentrar nesta lógica hedonista, me voltar para minhas reflexões felinas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"Negro Gato Anjo"

Confesso, o que já foi apontado por meu “tutor” algumas vezes, que mantenho uma relação contraditória com as questões humanas, mormente quando dizem respeito a aspectos sociais. Oscilo entre ser conservadora e progressista, capitalista e socialista, burguesa e revolucionária. Às vezes discuto longamente com meu tutor estas questões mas, confesso, ainda não posso dizer que tenha formado minhas próprias idéias. Mas há de se compreender. Se os próprios humanos se debatem e se engalfinham em torno destes princípios, não havia de se esperar que um felino pudesse ter convicções muito firmes. Há momentos, no entanto, que posso ver e distinguir muito claramente o valor de uma iniciativa, de um ideal. É o caso, sem dúvida, da iniciativa do casal Mary e Gardelito, paulistas que moram no bairro do Ipiranga em São Paulo, e abrigam quase cem gatos todos resgatados das ruas ( na foto a gata "Cléo" uma das albergadas) . É dignificante conhecer o trabalho que desenvolvem sob a denominação Negro Gato Anjo (http://negrogatoanjo.blogspot.com). Trabalho todo voltado para gatos, é bem verdade, e como disse, já não sei muito bem até que ponto me identifico com eles mas, mesmo que apenas por uma espécie de uma antiga herança, não posso deixar de emprestar minha solidariedade e recomendar que o conheçam e dêem sua colaboração.

domingo, 20 de setembro de 2009

A Estatueta ( esclarecimento)

Pêgo de surpresa pela "notícia" anterior saio correndo para fazer um esclarecimento. Em primeiro lugar o texto, não sei como, foi inserido sem minha intervenção. Estará Sueto se libertando de mim, da minha função de "ghostwriter"? Criador e Criatura estariam se separando? Confesso que não tenho neste momento uma resposta nem uma explicação. Tudo que posso dizer, por enquanto, é que o troféu ("award") que aparece na foto é uma pequena estatueta que encontrei num brique. Como passei a colocá-la à minha frente numa prateleira diante do computador e como é exatamente aí que Sueto costuma ficar enquanto eu escrevo, uma relação que não sei ainda bem como definir passou a existir entre elas. Ou melhor, de Sueto em relação ao objeto. Seria demais admitir, para quem já tem dificuldade em aceitar a existência de uma gata que escreve, que uma pequena estatueta de metal pudesse ter qualquer tipo de interferência sobre um ser vivo. Bem, pelo menos, como materialista que sou, é o que prefiro acreditar...

"Sueto Award"

O troféu "Sueto", na forma de uma pequena estatueta representando a escritora e livre-pensadora olhando em frente, sentada e pensativa, será concedido anualmente ao melhor trabalho de literatura produzido por felinos. Sueto, após ganhar por dez anos consecutivos o prêmio "Felinos Escritores", decidiu doar o troféu criando uma nova premiação.

sábado, 15 de agosto de 2009

Sueto e Eu (II)

Volto a esclarecer porque isto tem dado margem a um ou outro mal entendido.
Há quem indague: " mas, como, então não és tu quem escreve os textos?" , mal entendido que se torna ainda maior quanto tento explicar que não, que é Sueto e que Sueto é uma gata!
 Em nossa relação literária, Sueto é a criadora, dela advém a inspiração que dá origem aos textos.
Eu, humildemente, apenas procuro com minha limitada capacidade de percepção, traduzir na pobre linguagem e escrita dos humanos o universo que ela capta do alto de sua sabedoria, em seu cotidiano andar pela casa e pelos telhados, além de eventuais fugidas pela vizinhança.
Mas não me sinto incômodo assim, afinal só tenho a ganhar e, como um humilde aprendiz, procuro colher ao máximo os ensinamentos que um ser tão perfeito quanto Sueto tem a transmitir.
Talvez até um dia, se me dedicar o suficiente, possa ser reconhecido como um escritor e não apenas como um razoável tradutor dos sentimentos e expressões felinas (foto Giacomo Orlando).

domingo, 2 de agosto de 2009

É preciso admitir: somos inteligentes

Aos poucos os humanos começam a se dar conta de nossa inteligência e de nossas capacidades.
Só não se deram conta disto antes em razão da incapacidade deles próprios.
O lado bom desta descoberta é que tendem a começar a nos tratar como iguais.
O lado ruim é que já não será tão fácil ludibriá-los.
Mas vamos continuar tentando ...

sábado, 27 de junho de 2009

Não se metam conosco

Prefiro não fazer comentários... um vídeo vale por um milhão de palavras...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Falujah

Como meu dono decidiu falar de mim pois lhe permiti fazer uma intervenção em meus escritos, vou me referir a Falujah. Creio que disse algumas palavras sobre ela, não me lembro bem, mas me parece também que minhas palavras não foram muito simpáticas. De lá para cá nem mudou muita coisa, mas já não vejo Falujah com os mesmos olhos intolerantes de antes. Ontem, domingo, até ficamos por um tempo próximas uma da outra no sobrado que foi construído ao lado da casa. Esta inesperada proximidade foi favorecida, é bom reconhecer, pelo desejo comum de aproveitar o calorzinho do sol de outuno que batia lá encima.. Mas foi o suficiente para vivermos uma trégua. Por enquanto eu continuo com minha territorialidade na parte térrea enquanto Faluhaj, acompanhada pela gata Gaza, ocupa os terraços e os telhados.Assim estamos bem já a algum tempo. Agora, no entanto, com o surgimento do sobrado e o nosso interesse comum de andar por ali, creio que eu e Falujah vamos ter, finalmente, que chegar a um acordo.Será bom, começo a ter esta certeza, para nós dois.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sueto e Eu

Vamos retomar algumas coisas.
Como procurei esclarecer em alguns momentos, eu assumo o papel de uma espécie de escritor mediúnico dos pensamentos da minha gata Sueto.
Cumpre-me, apenas, procurar traduzir numa linguagem acessível aos humanos, suas idéias e seus sentimentos. Isto nem sempre, no entanto, é feito de forma satisfatória.
As idéias políticas de Sueto, por exemplo, nem sempre ficam muito claras.
Há momentos em que se mostra muito conservadora, burguesa, quase reacionária. Noutros, no entanto, lembra uma revolucionária.
Seu temperamento, também, apresenta alterações que tenho dificuldade de entender.
No geral, porém, Sueto é muito sensível e inteligente e mantemos longos papos sobre música erudita, poesia e filosofia.
Como ambos adentramos no último estágio da vida, isto também parece nos aproximar bastante.
Por um tempo, contudo, estávamos um pouco afastados.
Eu muito envolvido com atribuições típicas dos humanos, ela entregue a uma preguiça e indolência que a vinha fazendo passar boa parte dos últimos dias, enrolada em sua caminha, quase sempre dormindo ou cochilando.
Ou então anda pela minha volta, me acompanhando por toda a parte dentro da casa, e sempre que se propicia deita aos meus pés sobre os chinelos ou acomoda-se na beira da cama.
Quanto a nos aproximarmos para escrever parecíamos ter decidido a "dar um tempo".
Da parte dela um pouco constrangida em ter que recorrer a um "humano" para desempenhar a função de digitador.
Da minha parte duplamente constrangido por ser mero digitador de um lado e não produzir meus próprios textos por outro.
É isto que me tornara? "Ghost writer" de um gato? Ou nem isto pois os textos são quase integralmente ditados por Sueto.
Ou seja, a autoria é efetivamente dela, não minha.
Neste ponto, no entanto, às vezes fico confuso.
Não interponho nada, absolutamente nada, que possa dizer que eu produzi?
Às vezes creio que sim.
Talvez fôsse mais correto dizer que produzimos a quatro mãos.
Ou, me expressando melhor, duas mãos e duas patas... ou devo dizer, quatro?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Filhotes pedindo adoção




Divulgo as fotos de um gatinho e um cachorrinho, ambos ameaçados de viverem em condições muito duras ou serem abandonados ( o cachorrinho é muito parecido, muito parecido mesmo, com Haifa da ninhada, filhotes da Bagdad, que consegui dar). Eles se encontram na Ilha da Feitoria, distante uma hora de barco da colônica de pescadores Z-3, na região de Pelotas.Estas fotos foram feitas há um mês aproximadamente e, se ainda os encontrar num ida próxima até à ilha e tiver quem os adote, posso ver como trazê-los.


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

"Gata Preguiçosa"

Às vezes me pergunto se, um dia, os gatos não vão tomar conta do mundo.
Ou pode ser que já tenham tomado sem nos darmos conta.
A "gata preguiçosa" da foto, como diz sua dona (bem, pelo menos é o que imagina ser) , me dá a impressão de que tem o mundo aos seus pés.
Em seus sonhos, e os gatos com tantos trabalhando por eles tem bastante tempo para dormir, os seres humanos constituem uma enorme legião de serviçais que atendem todos seus desejos e caprichos.
Veterinários, psiquiatras, esteticistas, babás, treinadores, fotógrafos, escritores, assistentes sociais, etc., etc., são apenas alguns dos profissionais que , a cada dia, se especializam mais para atendê-los.
E mesmo que isto possa valer para outros animais, como cães por exemplo, nenhum deles, nem mesmo os cães, tem a astúcia, a autonomia e, muito menos, as garras de um gato.
Portanto, sempre que virem um gato dormindo, não fiquem espantados se, sob aquela aparente letargia, esconder-se nosso próximo ditador.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Isidoro, un amigo de Madrid

Isidoro, este tipo muy raro de gato en la foto, me escribió unas líneas: Encantado de conocerte, Sueto. Siempre me gustarón las gatitas escritoras. Si, claro que puedes escribir una cronica de mi vida, te contare, me gusta trepar los tejados, observar lo que me rodea, y suelo reunirme con los ratones del barrio.
Que gato más guapo y simpático! Vive en España, creo que en Madrid.
Quizás quiera contar más de su vida. Voy me quedar en el aguardo que me escriba. Ahora tengo que completar mis 20 horas de sueño al día. Buenas noches!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Gato de Pano

Um gato de pano! Parece de terciopelo. Sempre tive vontade de ter um, mas não são muito comuns por aqui. Aliás, não são nada comuns. E este é lindo! Sei que é da Espanha, feito por Nernamida. Os olhos parecem botões e é preto como eu. Vou sonhar com ele.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

"Sam"

Pronto! Foi mais fácil do que imaginava. Mostrei a foto de Sam enquanto dava ração à Sueto e ela, que até hoje não simpatizava com gatos persas, se interessou. Acho que porque é macho e ela anda muito faceira, muito vaidosa também por se tornar conhecida.Me pediu o telefone de Sam, o email, estes detalhes. Sempre é bom esclarecer ( o que tenho feito várias vezes) que não é a Sueto, ela própria, que telefona, escreve, etc. Ela não é humana, é uma gata como as outras ( ela que não me escute!). Sou eu que faço isto por ela mas sempre seguindo suas ordens. Por isto digo que sou seu escritor mediúnico ou seu ghostwriter. Isto até o dia em que inventem uma máquina que permita aos gatos e outros animais se expressarem em nossa linguagem. Neste dia, aliás, vou estar desempregado. Não que ela me pague alguma coisa ( é muito avarenta para tal) mas, pelo menos, me serve para alimentar a idéia de que eu escrevo alguma coisa.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

HollyRolle

Em minhas novas andanças pela internet descubro "HollyRolle".
Este será seu nome?
Que lindo! Será um gatinho?
E como se enrola bem, para se proteger do frio?
Mas não sei quase nada sobre ele, exceto que vive na Alemanha.
Pena não estar aqui, ia convidá-lo para subir ao telhado comigo.
Os telhados, no verão, estão quentes e gosto de me revirar sobre eles.
Ia adorar, tenho certeza.
Por que não vem ao Brasil?
Tem coisas muito bonitas, só não consigo gostar de praia e, nesta época, todo mundo só pensa em ir à praia.
Mas podemos fazer muitas coisas.
Caçar ratos já não é possível. Não sei o que aconteceu, já não há mais ratos como antes.
Mas eu também já estou com certa idade para estas coisas.
Podemos ouvir música alemã. Meu "ghostwriter" está sempre ouvindo Bach, Mozart, Brahms que são seus compositores favoritos.
Já estou acostumada, acostumada até que fique lendo em voz alta poesias de Rilke.
"Wir sind die Treibenden/ Aber den Schritt der Zeit/ nehm ihn als Kleinigkeit/ im immer Bleibenden ...."
Fazer o quê?
Nós, os gatos, não escolhemos os humanos com os quais viver.
Mas podemos, isto sim, dominá-los para fazer o que queremos...

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ipernity



Vejam só, estou no ipernity! No início não dei muita importância, mas depois me dei conta que posso falar com gatos e gatas do mundo inteiro.
Posso, assim, praticar o meu inglês, o meu francês, o meu alemão, o meu espanhol, enfim, todas as línguas que conheço. Estou aproveitando, também, para voltar a escrever depois de um longo período de inatividade. Andei fazendo um retiro, para refletir, para pensar melhor no que quero escrever, nos rumos que devo dar à minha criação. Além disto me preocupa a situação mundial, a crise econômica, a miséria, a fome, as guerras. Vou me dedicar um pouco a pensar e escrever sobre isto também. Afinal, a Sueto irresponsável e egoísta que conheceram no início, está mudada. Vão ver.
Abraço a todos
Sueto