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sexta-feira, 8 de março de 2013
sexta-feira, 1 de março de 2013
Loick no Pacaembu
Respaldados por liminar , quatro torcedores puderam assistir o jogo entre Corinthians e Millonarios realizado no estádio do Pacaembu vazio como consequência da punição da Conmebol após o incidente na Bolívia com a morte de um torcedor do time local.
Os torcedores entraram com uma liminar baseada no Código de Defesa do Consumidor
Desde o fim da tarde do dia do jogo o policiamento já estava preparado para a chegada dos torcedores. Segundo um dos policiais, o documento chegou em suas mãos por volta das 17 horas e ele garantiu que todos teriam direito a entrar no estádio. "Não podemos cercear uma decisão judicial", avisou, segurando os papéis.
Um dos torcedores afirmou, justificando sua iniciativa, que "vivemos em um País democrático. Os advogados do Corinthians não queriam que a gente entrasse por ser uma ordem da Conmebol. Eu até entendo a posição deles, mas resolvi procurar meu direito em assistir ao jogo", explicou , lembrando que o grupo levou quase uma hora para entrar no Pacaembu.
Considerando que previa-se um estádio cheio, vibrante, com a torcida estremecendo sua estrutura em apoio ao time do Corinthians e a presença de torcedores também do time adversário que viajaram uma longa distância para estarem presentes, a cena de um jogo disputado dentro de um estádio vazio é, no mínimo, surrealista.
Mas o jogo teve uma presença ilustre.
Sem precisar de liminar lá estava Loick reinando na arquibancada,
Como chegou lá, não sei.
Quando indaguei a respeito não me respondeu.
Afirma não ser dos Gaviões da Fiel nem torcedor do Corinthians embora tenha o pelo negro e branco.
Jura ser Xavante, aliás, do contrário, não moraria comigo.
Sua presença no estádio, de qualquer modo, passa a ser um segredo, dou-me conta, que vai levar para o resto da vida.
Os torcedores entraram com uma liminar baseada no Código de Defesa do Consumidor
Desde o fim da tarde do dia do jogo o policiamento já estava preparado para a chegada dos torcedores. Segundo um dos policiais, o documento chegou em suas mãos por volta das 17 horas e ele garantiu que todos teriam direito a entrar no estádio. "Não podemos cercear uma decisão judicial", avisou, segurando os papéis.
Um dos torcedores afirmou, justificando sua iniciativa, que "vivemos em um País democrático. Os advogados do Corinthians não queriam que a gente entrasse por ser uma ordem da Conmebol. Eu até entendo a posição deles, mas resolvi procurar meu direito em assistir ao jogo", explicou , lembrando que o grupo levou quase uma hora para entrar no Pacaembu.
Considerando que previa-se um estádio cheio, vibrante, com a torcida estremecendo sua estrutura em apoio ao time do Corinthians e a presença de torcedores também do time adversário que viajaram uma longa distância para estarem presentes, a cena de um jogo disputado dentro de um estádio vazio é, no mínimo, surrealista.
Mas o jogo teve uma presença ilustre.
Sem precisar de liminar lá estava Loick reinando na arquibancada,
Como chegou lá, não sei.
Quando indaguei a respeito não me respondeu.
Afirma não ser dos Gaviões da Fiel nem torcedor do Corinthians embora tenha o pelo negro e branco.
Jura ser Xavante, aliás, do contrário, não moraria comigo.
Sua presença no estádio, de qualquer modo, passa a ser um segredo, dou-me conta, que vai levar para o resto da vida.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Baghdad
Nunca escondi que não tenho pelos caninos um apreço muito grande.
Parecem-me desajeitados, submissos e ,o que me irrita especialmente, aduladores.
Isto irrita-me ainda mais do que o fato de serem estúpidos.
Mas começo a ter com Baghdad uma consideração especial.
Ultimamente não tem me incomodado e, inclusive, tem cedido seu espaço no tapete que fica no alpendre, para que eu possa ficar.
Passamos a ter, portanto, o que chamaria de uma convivência pacífica.
Confesso até, olhando-a melhor, que é simpática mesmo desgrenhada desta forma e fazendo questão de manter esta grafia ridícula de seu nome.
.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Um Hóspede Dominante
![]() |
"Com esta eu não contava..." |
Entre o dia em que vi este gatinho ( na foto ao fundo) correndo pelo gramado da casa da praia no encalço de sua mãe até hoje passaram-se poucos dias.
Mas neste meio tempo ocorreram fatos decisivos.
O primeiro foi o desaparecimento da mãe. Como consequência o gatinho ficou só mas se manteve em volta da casa até porque eu já tinha começado, um pouco antes, a levar-lhes ração e colocar água.
Mantinha-se, no entanto, extremamente arredio. Só era possível deixar a comida a uma certa distância e esperar, quando eu estivesse afastado, que viesse se alimentar.
Isto perdurou por um tempo durante o qual, pouco a pouco, consegui que se aproximasse mais.
Ao fim já me deixava tocá-lo mas qualquer desconfiança era suficiente para se afastar abruptamente.
Até que, quando percebi que poderia agarrá-lo, tomei a decisão.
Peguei-o pelo cangote, coloquei-o dentro do carro e o trouxe para casa.
Uma vez em casa precisei de um tempo enorme para tirá-lo do carro.
Quando, finalmente, consegui colocá-lo numa gaiola levei-o para uma área confinada até acostumar-se com o novo ambiente.
Esta parte, contudo, foi muito rápida.
Em seguida começou a tomar conta de tudo.
Em especial da cadeira da Sueto e dos pratos de ração da Sueto e da Falujah.
Só falta adaptar-se às cadelas, Bagdad e Kabul.
A Falujah ainda resiste ao novo líder da casa mas a Sueto, como não é difícil de perceber , desistiu.
Talvez já esteja madura demais para contrariar o pensamento, que o gatinho parece manifestar, que os machos são predominantes.
![]() |
"... o jeito é relaxar..." |
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Falujah e o Mar : Denunciem !
Falujah não tem nada a ver com o mar. Bem diferente de meus amigos Touline, Roulis Bigo e Ellen. Eu também não tenho muito a ver, prefiro os telhados. Mas não fico , como Falujah, aparentando ter alguma familiaridade posando deitada sobre a vela antiga de um barco clássico, Pura encenação, puro teatro. Muito menos fico tirando fotos como estas. Denunciem!
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
domingo, 27 de janeiro de 2013
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Premonições
Aos poucos vou descobrindo elos estranhos entre Sueto e Kaffa.
Descubro várias relações dos felinos com o escritor tcheco.
Coincidência?
Sempre que procuro falar sobre este assunto com Sueto, ela se mostra arredia, faz de conta que não entende.
Mas começo a a desconfiar que entende muito bem.
Não pode ser totalmente por acaso que , um dia destes, despedaçou O Processo afiando as unhas.
Preciso saber o quanto antes o que está acontecendo.
Já fui alertado para o fato de que as iniciais G.S. podem indicar tanto Gata Sueto quanto Gregor Samsa.
Se Sueto tinha já manifestado o temor de acordar de um sonho angustiante transformada num monstruoso ser humano, pergunto-me se parte desta profecia não estaria se realizando mas parcialmente ou de outra forma.
Agora tocou a mim ter estas premonições.
Algo tenho que averiguar antes que possa me descobrir, irremediavelmente, sendo parte desta conspiração.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
De pequeno é que se torce...
Vídeo ( sem som) da Sueto jovencita... Dá uma idéia do que se tornaria depois...
Love is a good thing
Como Sueto começou a apresentar um comportamento diferente decidi levá-la ao psiquiatra. Por acaso comentei com um amigo.
- Psiquiatra? Mas ela não é uma gata?
- Felina...e meio humana..
- Gata ou felina não é o mesmo? A última parte meu amigo ignorou...
- Bem, sim e não...
- Não vou discutir sobre isto. E, então, o que descobriu?
- Não tenho certeza...
- Com psiquiatras é sempre assim, mesmo em se tratando de gatas. Ou felinas...
- Quero dizer os sintomas são característicos mas é difícil dizer ao certo
- Não pediu exames?
- Exames?
- Sim, exames... os médicos, e psiquiatras são médicos, sempre pedem.
- Não, neste caso não. Mas me perguntou que livros e poesias ela anda lendo, que músicas anda ouvindo.
- E tu sabes?
- As músicas sim, porque acabo escutando.
- E os livros?
-Só alguns, os que ela deixa em algum canto. Deixa livros por todos os cantos.
- Mas algum em especial?
- Sim, creio que sim, alguns... "Veinte Poemas de Amor" é um deles.
- Do Neruda?! O comunista?
- Sim, foi perseguido, exilado, por isto.
- E o que pretende fazer a respeito da gata... felina?
- Estou pensando... que tal me apaixonar também?
- Está perfeito ... Avise-me quando se curar...
Meu amigo foi embora mas fiquei pensando. Meu amigo não acredita no amor e eu me inclinaria a pensar como ele.
Mas haveria outra forma de entender a Sueto?
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Noite de Natal
Sueto passou a noite de Natal pensativa.
Manteve-se alheia à agitação que se observa neste momento.
De fato creio que ainda não entendeu a forma como pretendemos, em uma data, manifestar tantos sentimentos de amor e de interesse para com os demais , inclusive, mais recentemente, muito pelos animais
Corremos para as lojas para comprar qualquer coisa que represente uma "lembrancinha" e que possa traduzir algo que nos sentimos compelidos a manifestar.
Acho que talvez seja isto o que não entende.
Que queiramos, em um único momento, transmitir algo que deveria estar presente em nossos atos e sentimentos em todas os dias e todas as horas.
Deixei-a, contudo, ficar em seu canto ensimesmada com suas reflexões.
Além disto parecia muito distraída em assistir a um vídeo que me pareceu ser sobre música pois pude ouvir alguns trechos de Bach.
E apenas hoje, pela manhã, pude entender a razão de tanto recolhimento de sua parte.
Vendo o vídeo emocionei-me e entendi algo que até um felino podia entender mas que a nós, humanos, custava tanto.
Manteve-se alheia à agitação que se observa neste momento.
De fato creio que ainda não entendeu a forma como pretendemos, em uma data, manifestar tantos sentimentos de amor e de interesse para com os demais , inclusive, mais recentemente, muito pelos animais
Corremos para as lojas para comprar qualquer coisa que represente uma "lembrancinha" e que possa traduzir algo que nos sentimos compelidos a manifestar.
Acho que talvez seja isto o que não entende.
Que queiramos, em um único momento, transmitir algo que deveria estar presente em nossos atos e sentimentos em todas os dias e todas as horas.
Deixei-a, contudo, ficar em seu canto ensimesmada com suas reflexões.
Além disto parecia muito distraída em assistir a um vídeo que me pareceu ser sobre música pois pude ouvir alguns trechos de Bach.
E apenas hoje, pela manhã, pude entender a razão de tanto recolhimento de sua parte.
Vendo o vídeo emocionei-me e entendi algo que até um felino podia entender mas que a nós, humanos, custava tanto.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
Queria descobrir...
Surpreendo Sueto cantarolando uma canção bem baixinho....É quase um murmúrio mas consigo distinguir uma parte em que diz " queria descobrir em 24 h tudo que você adora". Sueto estará apaixonada?
.
sábado, 1 de dezembro de 2012
Humanos testam sua inteligência
Cena de um felino presumidamente sendo testado por um humano. Os humanos, sempre inseguros de sua inteligência, gostam de ficar testando a dos outros animais para ter certeza de que não foram ultrapassados. Parece não perceberem que é a própria inteligência que estão colocando à prova e que ficar fazendo estes testes é a primeira demonstração de que já foram.
.;
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Falujah :más notícias para Sueto

domingo, 25 de novembro de 2012
Queria Entender
Queria entender melhor
o temperamento e o modo de agir da Sueto.
A muitos ela parece
meiga, uma gatinha doce, sensível às manifestações mais sublimes do mundo
felino e também humano do qual compartilha.
E é assim, tenho que
admitir, que ela se apresenta em muitos
momentos.
É a gatinha amorosa que
vem sentar em meu colo, mordiscar minha mão, atravessar a casa à minha procura até
me encontrar onde estou e ali ficar durante horas me fazendo companhia.
A muitos ela parece
também meio intelectual, versada em línguas e conhecedora das artes, das
ciências. É assim que ela, frequentemente, se apresenta mas, em parte, pode ser
apenas uma imagem que procura criar. De qualquer modo muitas vezes ficamos os
dois ouvindo os clássicos ou quantas vezes ela fica me ouvindo a recitar
poesia.
Se considerarmos que é
charmosa, atraente, seria, enfim, uma gata que qualquer humano gostaria de ter
ao seu lado.
Mas parece existir
também nela um lado menos dócil que vai transparecendo em seus comentários
críticos, em sua ironia.
Este lado, ao qual se
soma o de algumas mordidas mais fortes, um arranhão que me faz sangrar com suas
unhas afiadíssimas, não sei muito bem ao que atribuir.
Será insegurança ou manifestação de alguma frustração?
Será insegurança ou manifestação de alguma frustração?
Há quem me acuse
dizendo que é resultado de minha influência ou, indo mais longe, até insinuando
que a Sueto serve de instrumento para minhas próprias secretas intenções.
Mas credito isto ao
ciúme, à inveja e, sobretudo, à falta de imaginação destas pessoas. Prefiro ,
portanto, não dar atenção a estas insinuações.
Tenho procurado me manter afastado de qualquer interpretação que possa perturbar a paz e o entendimento que eu e Sueto alcançamos que já não é muito fácil entre humanos, mesmo entre um homem e uma mulher, que dirá entre um humano e uma felina.
Tenho procurado me manter afastado de qualquer interpretação que possa perturbar a paz e o entendimento que eu e Sueto alcançamos que já não é muito fácil entre humanos, mesmo entre um homem e uma mulher, que dirá entre um humano e uma felina.
Por isto me consolo de
não poder entender como queria a personalidade de Sueto. Contento-me com sua
presença ao meu lado .
Já começo até a não me incomodar muito que se deite no sofá da sala e roube alguma coisa da cozinha aqui e ali.
Já começo até a não me incomodar muito que se deite no sofá da sala e roube alguma coisa da cozinha aqui e ali.
Angustia-me, isto sim,
vir a perder o privilégio de poder, quando me sento em frente ao televisor ou a
ler , tê-la estendida no tapete à minha frente e poder ficar massageando ao
mesmo tempo meus pés e sua barriga macia e aveludada.
Quando me lembro que
garanto estes pequenos prazeres em troca de cuidados simples , entre eles o
fornecimento de pequenas porções de patê
de atum e eventuais doses de leite com rum, além de atenção e carinho, sinto uma espécie de felicidade.
Recosto-me, então, para trás no sofá e levanto o volume do som, como agora neste momento , a ouvir o concerto para piano, k.467, de Mozart.
Fecho os olhos e fico sentindo a leve brisa que entra pela janela acariciar-me o rosto.
Pena que Sueto saiu daqui. Estranho, ela gosta tanto de Mozart e deste concerto em especial.
Mas as felinas são assim, não queiras entendê-las, apenas compartilhes com elas aquilo em que nos completamos.
Recosto-me, então, para trás no sofá e levanto o volume do som, como agora neste momento , a ouvir o concerto para piano, k.467, de Mozart.
Fecho os olhos e fico sentindo a leve brisa que entra pela janela acariciar-me o rosto.
Pena que Sueto saiu daqui. Estranho, ela gosta tanto de Mozart e deste concerto em especial.
Mas as felinas são assim, não queiras entendê-las, apenas compartilhes com elas aquilo em que nos completamos.
Mas, em seguida, percebo
que Sueto reapareceu...
Deve ser porque começou
o movimento Andante, seu favorito. Meu favorito também...
Estou dizendo, combinamos em tudo....
.
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sábado, 27 de outubro de 2012
Sueto e seus amigos fantasmas
Sueto e seus amigos fantasmas... cedendo à atração de se tornarem felinos...Veja a animação de Ojolie Cards.
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segunda-feira, 22 de outubro de 2012
sábado, 20 de outubro de 2012
Bonne Journée
Incrível animação de autoria de Jacquie Lawson ... uma pequena jóia de criação que capta, de modo poético, um pouco da essência da psicologia felina... Aviso aos desatentos, clicar no pincel para iniciar....
Acesse AQUI
Acesse AQUI
sábado, 13 de outubro de 2012
Cogito ergo sum?
Hoje me perguntaram se
Sueto existe, se não seria apenas fruto de minha imaginação.
Procurei explicar que
existe, que se trata de um felino de carne, pelo e osso e que tem, do ponto de
vista ontológico e material, o mesmo grau de existência de qualquer humano ou
ser vivo.
Minha resposta, no
entanto, não pareceu convencer inteiramente meu interlocutor.
Mas, pensando melhor,
fui me dando conta de que a dúvida procedia.
Afinal eu próprio, que
convivo com a Sueto cotidianamente, fico em alguns momentos a cismar até que
ponto é real um pequeno animalzinho que
se intromete de tal forma na minha vida ( e de meus amigos) , em meus atos, em
meus pensamentos e sentimentos ao ponto de ficarmos discutindo sua existência e
suas idéias.
Dou-me conta, então,
neste momento, que a discussão da realidade de sua existência entra num terreno
que transcende a simples questão de saber se ela respira, se move, se alimenta
ou cumpre outras funções que atribuímos aos seres “reais”.
Ou seja , responder
que existe pela presença destes aspectos, digamos, primários ou básicos, é
responder muito pouco.
Então, o que dizer?
Confesso que, buscando
uma resposta, fico sem ter nenhuma que me convença ou que pudesse, minimamente,
ser esclarecedora a todos que se indaguem.
Não sei se é de ajuda
mas, enquanto escrevo estas palavras, Sueto entra no escritório. Dirige-se até
a escada para o andar superior e olha para cima. Está conferindo se a porta de
acesso no topo da escada está aberta. Tem especial predileção por subir a
escada e gosta, especialmente, de fazer isto num impulso só como se fosse um tipo de brincadeira.
Mas está fechada e,
com um ar de decepção, olha para mim.
Como não faço nenhum
gesto indicativo de que possa ajudá-la dirige-se ,como quem já conhece as
alternativas que dispõe, para a sala e pula prá cima da poltrona.
E fica ali , se eu me
demorar , até dormir.
Enquanto isto , no
meio da noite, ocupado com meus papéis, sinto que tenho companhia.
Esta presença me dá
uma sensação confortável e me faz, acima
de qualquer especulação metafísica, perceber que a existência de Sueto é muito
forte.
Do contrário, a pensar
doutra forma, quem poderia ficar em dúvida se existe seria eu mesmo.
domingo, 7 de outubro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
sábado, 15 de setembro de 2012
É a mesma...
Não são gatos pretos,mas a ternura é a mesma. Não pude deixar de lembrar de meus filhotes ...
segunda-feira, 9 de julho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Finados
Encontrei Sueto meio pensativa. Até aí nenhuma novidade pois parece estar o tempo todo assuntando alguma coisa.
- Sueto, por que estás sempre mexendo com a natureza das coisas?
- Porque queria compreender...
- Tem coisas que talvez não possamos entender.
- O quê, por exemplo?
- A origem do universo... a morte... a vida...
- E o que mais?
- Achas pouco?
- Mas para isto não há explicações?
- Bem, há várias, principalmente de ordem religiosa mas, aparentemente, nenhuma que seja inteiramente convincente.
- Eu queria saber mais sobre a origem das coisas , mas não sei nem quem são meus pais.
- É verdade, já te contei que te encontrei abandonada com dois irmãozinhos, numa estrada ... não tinhas nem os olhos abertos.
- Sei, um de meus irmãozinhos era o Mandela que foi adotado, o outro era uma gatinha que morreu, nem chegou a ter um nome. É tudo que sei de minha família natural. Posso te fazer uma pergunta?
-Claro...
- O que vais fazer comigo quando eu morrer?
- Como assim?
- Vais me jogar no lixo?
- Claro que não, que bobagem...
- Vais fazer o quê? Cremar-me?
- Sueto, por que estás me perguntando isto? Ah, já sei, porque é Dia de Finados... Sabes que quando eu era menino adorava Dia de Finados porque as rádios tocavam música clássica o dia todo... agora tocam funk.
- Está bem, mas responde à minha pergunta.
- Se vou te cremar? Ora Sueto, nem sei se não vou morrer antes de ti.
- Eu quero ser enterrada.
Neste momento não me contive de ser jocoso.
- Deitada ou de pé? ... Parece que se adota a forma de pé em alguns cemitérios... por uma questão de espaço... não é engraçado? Bem, engraçado , não, mas curioso.
- Me enterra num caixãozinho de madeira, não me enterra numa caixa de papelão.
- Sueto, que idéia, estás me deixando triste...
- Só quero que saibas que a morte não me assusta, morro tranquila...
- Eu gostaria de poder dizer o mesmo...
- É, eu sei, os humanos não sabem lidar bem com isto... aliás nem gostam de ouvir falar na morte...como se a morte não fizesse parte de seu cotidiano, de sua própria essência...Disfarçam, contam piadas, dão gargalhadas, dançam, fazem festas, perdem a consciência embriagados, fumam um cigarro atrás do outro, até se drogam , roubam , matam, torturam, estupram, fazem sexo selvagemente, mas, nada disto impede que a morte esteja ali sempre presente, sem arredar-se...será que agem assim porque, inconscientemente, se dão conta do absurdo da existência?... Camus escreve sobre isto..... alguns ainda procuram uma explicação religiosa mas esta, na verdade, só leva a uma espécie de conforto espiritual e acaba não passando de uma ilusão ....
- E isto não é suficiente? E a própria vida não é uma espécie de ilusão?
- Talvez ,mas vem acompanhada de muita mistificação , muitos dogmas
- É verdade ...
- Por isto sou atéia...
- Acho que és agnóstica. Ateu é quem não acredita na existência de Deus, agnóstico é quem duvida.
- E não existe um Deus para os felinos?
- Não, Deus é único, para todos os seres vivos.
- Mas cada religião não tem o seu Deus?
- Sim, tem.
-E então?
- Bem, isto seria muito complexo te explicar agora. Mas gatos não tem Deus .
- Mas no Egito eles próprios eram deuses.
- São crenças antigas, hoje já não se acredita nisto.Sueto, tu és uma gata, não deverias ter estas preocupações. Os felinos vivem apenas atendendo aos seus instintos, vivem apenas o momento, isto lhes é suficiente.
- Mas eu me transformei num ser diferente, sabes disto tão bem quanto eu.
- Sei, acho até que diferente demais....
-- E isto também é um fardo para mim. Há quem zombe , quem diga que sou uma criação tua mas, na realidade, tenho vida própria. O que acontece é que às vezes parece que estou agindo como gata, como felina, noutras como humano, como um ser feminino. Dizer que sou uma criação tua é simplificar o que represento.
-- É uma situação que nem todos entendem muito bem....
-- Mas hoje as pessoas se propõem a entender e superar tantas coisas, a homossexualidade, o racismo, as diferenças, como dizem .. como não podem entender o que eu represento?
- Talvez porque fujas aos estereótipos que sempre estão surgindo, o que parece criativo num dia , no outro já se torna estereótipo. E tu perturbas as pessoas porque elas não sabem, entre outras coisas, exatamente como se dirigir a ti. Deves lembrar da minha amiga de São Paulo que negou-se a continuar conversando contigo. Muito inteligente mas disse que não iria conversar com uma gata..
- Me lembro, muito inteligente exceto pela apologia do cigarro. Lembro também ela ter comentado que seu psiquiatra permitia que ela fumasse nas sessões. Foi quando eu quis saber se ia relatar ao psiquiatra que, por um tempo, tinha conversado comigo.
- Mas isto pode ser entendido como uma demonstração de que ela te atribuía existência própria pois justificou-se, ao negar-se a conversar, referindo-se ao fato de seres uma gata.
- É possível...ao mesmo tempo, no entanto, os humanos parecem que se dispõem a aceitar que animais assumam, na ficção, papéis em que interagem com eles ...
- Mas, nestes casos, os humanos não são instados a interagir pessoalmente com estes seres dotados de virtudes. Então podem separar as coisas e assim lidar com elas. No teu caso é diferente, tu própria não consegues definir a tua condição, isto é perturbador porque obrigas as pessoas que interagem contigo a ter , também elas, que estarem redefinindo a sua própria.
-- Quer dizer que posso provocar isto?
- Sim, acho que sim
-- E tudo que queria é poder comer o meu patê de atum e pegar sol no telhado. Por falar nisto, ainda tem patê na geladeira?
- Receio que não
Sueto me olhou decepcionada. Com o coração partido ainda tentei remendar
-- Mas tem sol no telhado.... quero dizer, tinha, fui obrigado também a emendar, porque naquele instante o céu começou a ficar encoberto
-- Viste, como queres que confie nos humanos? ainda me disse antes de enrolar-se toda e esconder a cabeça embaixo da cola.
Vou dormir, ainda a ouvi ronronar.
Eu com um movimento afetuoso peguei uma manta e cobri-a para proteger do frio.
Pareceu-me, com este pequeno gesto, que protegia a natureza inteira, os pequenos seres que necessitam ajuda em todo o mundo.
Neste momento, pelo menos neste momento, eu me senti o criador e Sueto a criatura.
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