Como meu dono decidiu falar de mim pois lhe permiti fazer uma intervenção em meus escritos, vou me referir a Falujah. Creio que disse algumas palavras sobre ela, não me lembro bem, mas me parece também que minhas palavras não foram muito simpáticas. De lá para cá nem mudou muita coisa, mas já não vejo Falujah com os mesmos olhos intolerantes de antes. Ontem, domingo, até ficamos por um tempo próximas uma da outra no sobrado que foi construído ao lado da casa. Esta inesperada proximidade foi favorecida, é bom reconhecer, pelo desejo comum de aproveitar o calorzinho do sol de outuno que batia lá encima.. Mas foi o suficiente para vivermos uma trégua. Por enquanto eu continuo com minha territorialidade na parte térrea enquanto Faluhaj, acompanhada pela gata Gaza, ocupa os terraços e os telhados.Assim estamos bem já a algum tempo. Agora, no entanto, com o surgimento do sobrado e o nosso interesse comum de andar por ali, creio que eu e Falujah vamos ter, finalmente, que chegar a um acordo.Será bom, começo a ter esta certeza, para nós dois.
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segunda-feira, 18 de maio de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Sueto e Eu
Vamos retomar algumas coisas.
Como procurei esclarecer em alguns momentos, eu assumo o papel de uma espécie de escritor mediúnico dos pensamentos da minha gata Sueto.
Cumpre-me, apenas, procurar traduzir numa linguagem acessível aos humanos, suas idéias e seus sentimentos. Isto nem sempre, no entanto, é feito de forma satisfatória.
As idéias políticas de Sueto, por exemplo, nem sempre ficam muito claras.
Há momentos em que se mostra muito conservadora, burguesa, quase reacionária. Noutros, no entanto, lembra uma revolucionária.
Seu temperamento, também, apresenta alterações que tenho dificuldade de entender.
No geral, porém, Sueto é muito sensível e inteligente e mantemos longos papos sobre música erudita, poesia e filosofia.
Como ambos adentramos no último estágio da vida, isto também parece nos aproximar bastante.
Por um tempo, contudo, estávamos um pouco afastados.
Eu muito envolvido com atribuições típicas dos humanos, ela entregue a uma preguiça e indolência que a vinha fazendo passar boa parte dos últimos dias, enrolada em sua caminha, quase sempre dormindo ou cochilando.
Ou então anda pela minha volta, me acompanhando por toda a parte dentro da casa, e sempre que se propicia deita aos meus pés sobre os chinelos ou acomoda-se na beira da cama.
Quanto a nos aproximarmos para escrever parecíamos ter decidido a "dar um tempo".
Da parte dela um pouco constrangida em ter que recorrer a um "humano" para desempenhar a função de digitador.
Da minha parte duplamente constrangido por ser mero digitador de um lado e não produzir meus próprios textos por outro.
É isto que me tornara? "Ghost writer" de um gato? Ou nem isto pois os textos são quase integralmente ditados por Sueto.
Ou seja, a autoria é efetivamente dela, não minha.
Neste ponto, no entanto, às vezes fico confuso.
Não interponho nada, absolutamente nada, que possa dizer que eu produzi?
Às vezes creio que sim.
Talvez fôsse mais correto dizer que produzimos a quatro mãos.
Ou, me expressando melhor, duas mãos e duas patas... ou devo dizer, quatro?
Como procurei esclarecer em alguns momentos, eu assumo o papel de uma espécie de escritor mediúnico dos pensamentos da minha gata Sueto.
Cumpre-me, apenas, procurar traduzir numa linguagem acessível aos humanos, suas idéias e seus sentimentos. Isto nem sempre, no entanto, é feito de forma satisfatória.
As idéias políticas de Sueto, por exemplo, nem sempre ficam muito claras.
Há momentos em que se mostra muito conservadora, burguesa, quase reacionária. Noutros, no entanto, lembra uma revolucionária.
Seu temperamento, também, apresenta alterações que tenho dificuldade de entender.
No geral, porém, Sueto é muito sensível e inteligente e mantemos longos papos sobre música erudita, poesia e filosofia.
Como ambos adentramos no último estágio da vida, isto também parece nos aproximar bastante.
Por um tempo, contudo, estávamos um pouco afastados.
Eu muito envolvido com atribuições típicas dos humanos, ela entregue a uma preguiça e indolência que a vinha fazendo passar boa parte dos últimos dias, enrolada em sua caminha, quase sempre dormindo ou cochilando.
Ou então anda pela minha volta, me acompanhando por toda a parte dentro da casa, e sempre que se propicia deita aos meus pés sobre os chinelos ou acomoda-se na beira da cama.
Quanto a nos aproximarmos para escrever parecíamos ter decidido a "dar um tempo".
Da parte dela um pouco constrangida em ter que recorrer a um "humano" para desempenhar a função de digitador.
Da minha parte duplamente constrangido por ser mero digitador de um lado e não produzir meus próprios textos por outro.
É isto que me tornara? "Ghost writer" de um gato? Ou nem isto pois os textos são quase integralmente ditados por Sueto.
Ou seja, a autoria é efetivamente dela, não minha.
Neste ponto, no entanto, às vezes fico confuso.
Não interponho nada, absolutamente nada, que possa dizer que eu produzi?
Às vezes creio que sim.
Talvez fôsse mais correto dizer que produzimos a quatro mãos.
Ou, me expressando melhor, duas mãos e duas patas... ou devo dizer, quatro?
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